Espinhos repletos de veneno | 24.04.2017
Todos os anos, são registrados no Brasil cerca de 500 acidentes envolvendo as lagartas-de-fogo (Lonomia obliqua). O veneno, produzido no ápice das cerdas que recobrem seu dorso, em contato com a pele humana, pode causar sérios problemas de saúde e, em casos extremos, matar. Desde 1994 o Instituto Butantan trabalha na produção de um soro neutralizador da peçonha dessas lagartas, que já foram qualificadas popularmente de assassinas por causa dos acidentes fatais. Acompanhe nas fotos de Eduardo Cesar o processo de produção do antídoto.
Clique nas imagens para ver as legendas.
- Comum nas propriedades rurais do Sul do Brasil, as lagartas-de-fogo podem alcançar 6 centímetros de comprimento
- Elas vivem em grupos de mais de 80 indivíduos que, apesar das cerdas verdes, costumam ser confundidos com a casca das árvores. É nessas situações que ocorrem os acidentes mais graves
- Seu veneno, sabe-se agora, é produzido por uma glândula localizada na extremidade das cerdas
- Um leve esbarrão é suficiente para romper a ponta e liberar o líquido que, em contato com a pele humana, pode causar sérios problemas de saúde e, em casos extremos, matar
- Por causa da gravidade dos casos, pesquisadores do Laboratório de Imunoquímica do Instituto Butantan, sob coordenação do imunologista Wilmar Dias da Silva, iniciaram em 1994 a produção de um soro neutralizador do veneno
- A médica Fan Hui Wen, responsável pelo Laboratório de Artrópodes do Butantan, coordena atualmente a produção desse antídoto, elaborado a partir de um extrato das cerdas da lagarta
- Todos os anos o Instituto Butantan recebe cerca de 3 mil lagartas para produção do soro
- As lagartas são congeladas e, assim, permanecem anestesiadas
- Em seguida, os técnicos as colocam em uma placa de Petri de vidro
- Com uma tesoura, cortam todas as cerdas que recobrem o dorso das lagartas-de-fogo
- As cerdas das taturanas são maceradas…
- … e liberam o extrato usado na produção do soro
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