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Instituição

Fundação aumenta concessões e diversifica programas

Dois aspectos no desempenho da FAPESP,  no ano passado, mostram claramente a atual orientação da instituição: houve uma nítida diversificação dos programas especiais, com a Fundação abrindo-se mais à interação com grupos profissionais até recentemente alheios a seu universo imediato -como empresários e professores de primeiro e segundo graus -e, em paralelo, registrou-se o crescimento generalizado de suas concessões nas chamadas linhas regulares de fomento à pesquisa -auxílios e bolsas.

Em outras palavras, os dados demonstram que a Fundação está conseguindo articular de forma inteligente duas diferentes linhas de ação, cuja integração é fundamental para impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico. De um lado, ela acolhe a demanda espontânea dos pesquisadores paulistas por recursos para os seus projetos, garantindo espaço à criatividade, essencial para a expansão do conhecimento e da produção científica. E ao mesmo tempo, a Fundação induz, cada vez mais, a apresentação de projetos de pesquisa em áreas onde sua carência pode emperrar o desenvolvimento desejável.

Expansão das bolsas
Detendo-se nas linhas regulares de fomento, o crescimento mais expressivo, de 49% no número de concessões em relação ao ano anterior, ocorreu nas bolsas. Foram concedidas, em 1996, 4.415 bolsas, das quais 4.030 no Brasil e 385 no exterior, com o dispêndio de R$ 46,7 milhões. Em 1995, foram concedidas 2.963, sendo 2.646 bolsas no país e 317 no exterior, com o dispêndio de R$ 24,7 milhões. Quanto aos auxílios, o crescimento registrado foi de 23,5%. Foram concedidos 3.646 auxílios, em 1996 (com o dispêndio de R$ 66,5 milhões), contra 2.951 (e um dispêndio de R$ 45,8 milhões), em 1995.

Vale destacar, dentro dos auxílios a projeto de pesquisa, um crescimento significativo dos projetos de maior fôlego, os chamados temáticos (de quase 58% em relação ao ano anterior) que, em geral, chegam a resultados científicos ou tecnológicos e sócio-econômicos de maior impacto. Em 1996 foram aprovados 101 temáticos contra 64, em 1995 (hoje estão em andamento 110 projetos temáticos).

O destaque deve ser acompanhado por uma observação curiosa: de certo modo esses projetos fazem parte da demanda espontânea dos pesquisadores, mas a decisão da FAPESP de flexibilizar suas normas tinha a intenção e efetivamente terminou por estimulá-los numa demonstração de que indução e demanda espontânea, às vezes, convergem para o mesmo objetivo em C&T. Os projetos temáticos, é interessante notar, têm também um papel indutor sobre o trabalho em equipe e a multidisciplinaridade.

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