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Pequenas Empresas

Número de projetos supera expectativas

O Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas, lançado oficialmente pela FAPESP no dia 18 de junho passado, teve 79 projetos inscritos na primeira etapa de apresentação de propostas, encerrada em 31 de julho último. O número “surpreendeu e superou nossas mais otimistas expectativas, especialmente considerando-se o curto período de divulgação dado ao programa”, disse o diretor científico da Fundação, José Fernando Perez. O Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas concede financiamento a pesquisas para o desenvolvimento de novos produtos ou processos produtivos em empresas com até 100 empregados.

Os projetos vieram de empresas sediadas em municípios de várias regiões do Estado de São Paulo, com presença mais marcante daquelas da capital, em número de 27, seguindo-se Campinas, com 17, e São José dos Campos e São Carlos, com sete empresas cada. É interessante destacar que esses três municípios possuem pólos tecnológicos já implantados, concentrando grande número de pequenas empresas de tecnologia de ponta..

Quanto à área de atuação das empresas, 60% das que enviaram projetos de pesquisa são do setor de Engenharia (em número de 48), com predominância das sub-áreas de Engenharia Elétrica (13 empresas) Biomédica (8) de Materiais e Metalúrgica (7) e Mecânica (6). Entretanto, houve destacada procura por financiamento para pesquisa também por parte de empresas que atuam nas áreas de Ciências da Computação, com oito projetos, e Física, com seis projetos.

Predomina no univero das empesas que encaminharam projetos para o Programa aquelas com até 10 empregados: elas somam 42, num total de 70, já que nove não informaram esse dado. Até 30 empregados, o número sobe para 63 empresas. Mas inscreveram-se firmas que estão próximas do limite de caracterização como pequena empresa pelo número de empregados: uma tem 99 e outra 90 trabalhadores. Um outro dado a destacar é que a maioria das empresas, 45 das 79 que apresentaram projeto, foi criada entre 1987 e 1996; oito surgiram no primeiro semestre deste ano.

Os próximos passos
Todos os projetos inscritos encontram-se em análise. Após essa fase, os projetos aprovados terão, inicialmente, um financiamento de R$ 50 mil para elaboração de um estudo sobre a viabilidade técnica da proposta, que deve ser feito no prazo de até seis meses. Os que se revelarem tecnicamente viáveis poderão receber, em seguida, até R$ 200 mil para o desenvolvimento da pesquisa propriamente dita, que pode ter duração de até dois anos.

Com o Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas, a FAPESP pela primeira vez investe em projetos oriundos da pequena empresa, para realização das pesquisas no próprio ambiente de produção. É indispensável que haja um pesquisador de alguma forma ligado à pequena empresa, mas não se exige dele titulação ou nenhum vínculo com universidades ou instituições de pesquisa.

“Quando abrimos a primeira etapa de inscrições de propostas ao Programa, os mais otimistas estimavam a chegada de trinta, no máximo quarenta projetos. Os mais sóbrios, não arriscavam mais de sete. Vieram 79 solicitações”, comenta, entre entusiasmado e surpreso, o professor Perez. Na sua opinião, isso vem demonstrar a carência, por parte da pequena empresa, de recursos para financiar a pesquisa tecnológica, indispensável para assegurar competitividade à economia do País. “Investir na pequena empresa significa estimular uma demanda reprimida”.

O Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas é o segundo programa especial da FAPESP voltado diretamente para a inovação tecnológica, com a participação de empresas. O primeiro deles foi o Programa de Parceria para a Inovação Tecnológica, iniciado em 1995. Ele se destina a financiar parcialmente projetos que sejam de interesse de uma empresa e que serão desenvolvidos por pesquisadores das instituições de pesquisa do Estado de São Paulo. A FAPESP financia a parte da pesquisa sob responsabilidade da intituição de pesquisa parceira do projeto proposto. A empresa entra com uma contraparte para custear etapas da pesquisa sob sua responsabilidade direta.

Diferentemente, o programa destinado às pequenas empresas não exige contrapartida delas, o que, segundo o diretor científico da FAPESP, é essencial para viabilizar a sua participação. Além disto, a pesquisa é realizada na própria empresa e não se exige titulação do pesquisador. Inclusive, àqueles pesquisadores sem vínculo empregatício com a empresa poderá ser concedida uma bolsa.

Prazo de inscrições
A nova data de apresentação de propostas para o Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas é 30 de novembro. O solicitante ao financiamento – um pesquisadpr vinculado a uma empresa com até 100 empregados, sediada no Estado de São Paulo – deverá apresentar um projeto de pesquisa definindo os objetivos da pesquisa, a metodologia a ser utilizada, indicando a inovação tecnológica do produto ou processo e o valor comercial ou social que o projeto embute.

Pequenos empresários e pesquisadores interessados podem obter mais esclarecimentos no e.mail pipem@trieste.fapesp.br. Informações gerais sobre o Programa estão também na home page da FAPESP: revistapesquisa.fapesp.br, dentro de Programas Especiais.

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