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Estratégias

CNRS quer maior competição por verbas

Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), da França, maior agência de pesquisa básica da Europa, pretende aumentar entre 7% e 8% o financiamento para seus 1.300 laboratórios e tornar mais competitiva a concessão desses recursos.

Para isso, cortará gastos com grandes instalações científicas e programas de pesquisa estratégica, segundo a Nature de 30 de outubro passado. As medidas foram anunciadas por Catherine Bréchignac, nova diretora geral da agência, que também confirmou a criação, em 1997, de 425 postos de trabalho, que se somaram aos 25.772 já existentes no CNRS – numa clara reversão na estagnação do recrutamento dos últimos anos.

O aumento foi entusiasticamente recebido pelos pesquisadores, que vinham se acostumando a viver quase sem recursos. A agência, até agora, gasta mais de três quartos de seu orçamento com salários, e 10% com instalações de ‘big science ‘, o que deixa pouco para as despesas correntes cotidianas dos laboratórios.

O orçamento de 14,7 bilhões de francos (US$ 2,5 bilhões) do CNRS, em 1997, incluiu um aumento de 2,2% para salários. No mais, cresceu apenas 1,1% – menos que a inflação. Para pagar o aumento nos gastos dos laboratórios de pesquisa, em 1998, a agência pretende cortar seu orçamento de 445 milhões de francos (US$ 75,6 milhões) para instalações de ‘big science ‘ em cerca de 10% e reduzir em nível idêntico os 160 milhões de francos (US$ 27,2 milhões) investidos em programas estratégicos.

Um dos resultados dessa política deverá ser a desativação do acelerador nacional Saturn, em Saclay, perto de Paris, e a redução do financiamento para o Ganil, um novo acelerador de íons pesados e outras grandes instalações da área de física.

Mas Bréchignac acredita que os efeitos dessas reduções de gastos possam ser parcialmente compensados por uma maior participação estrangeira nas instalações nacionais. Ao mesmo tempo, ela garantiu apoio ao Virgo, um detetor de ondas gravitacionais que vem sendo planejado conjuntamente com a Itália, e ao projeto do Soleil, um laboratório de síncrotron com investimentos previstos de um bilhão de francos, que havia sido congelado pelo Ministério da Ciência.

Bréchignac promete também uma maior competição na distribuição de verbas para pesquisa. Atualmente, as verbas são distribuídas numa base pro rata a laboratórios, dependendo de seu tamanho e performance geral. No futuro, será dada muito maior ênfase à “originalidade e criatividade” de equipes e projetos individuais.

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