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Saúde

Histórico das vacinas

Os mais recentes estudos de campo com o objetivo de avaliar a eficácia das vacinas contra a meningite causada por N. meningitidis B foram realizados no Chile, Cuba, Noruega e Brasil, informa a pesquisadora Elizabeth Natal De Gaspari. No Brasil, segundo ela, devido à diversidade de sorotipos encontrados na região da Grande São Paulo, e em outros estados, a vacina cubana não obteve os resultados esperados. Por isso novas pesquisas estão sendo realizadas no país.

A meningite é uma doença que apresenta características diferentes, classificadas em sorogrupos, sorotipos e subtipos. Os principais sorogrupos em estudo são A, B e C, os grandes causadores das epidemias que ocorrem em todos os continentes. O Brasil passou por uma epidemia de meningite do tipo B em 1988, quando precisou importar vacinas de Cuba.

Ninguém está livre de contrair meningite, doença que ocorre em qualquer idade, adverte Elizabeth. Os germes que causam a doença do tipo bacteriana são muito comuns e vivem naturalmente no nariz e na garganta, sem que seu portador desenvolva necessariamente a doença. Esses germes são transmitidos através da tosse, de espirros, mas não conseguem viver fora do corpo por muito tempo, felizmente.

Há mais de 20 anos que as vacinas contra N. meningitidis dos tipos A e C foram desenvolvidas pelo pesquisador Gotschilich, no Walter Reed Army Institute of Research, nos Estados Unidos. O trabalho foi realizado em resposta a uma epidemia de meningococos dos sorogrupos A e C, que acometeu recrutas militares nos anos 60.

200 novos tipos
Além das vacinas, segundo a pesquisadora, não se conhece outra maneira de se prevenir contra a meningite. Aliás, as vacinas são hoje consideradas as ferramentas de maior relevância dentro das ações preventivas de saúde pública. Aprioridade mundial é desenvolver novos produtos que tenham resposta imunológica mais duradoura.

Em publicação recente da área de imunologia foram enumerados pelo menos 200 tipos diferentes de vacinas em desenvolvimento no mundo para as mais diversas doenças. “Esses dados indicam que uma nova geração de vacinas mais eficazes, de duração simples e de baixo custo de produção terá um impacto enorme na economia e na saúde, no próximo século”, destaca Elizabeth.

No caso da meningite, embora as vacinas atuais (sorotipo específicas) apresentem alguma eficácia, a vacina ideal deverá garantir imunidade em todas as faixas etárias. Além disso, deverá ser capaz de conferir proteção contra todos os tipos de N. meningitidis B presentes durante uma epidemia. “Para esse ideal são necessários conhecimentos básicos sobre os mecanismos pelos quais a bactéria é capaz de colonizar, invadir e resistir às defesas do hospedeiros”, conclui a pesquisadora.

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