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Projeto Temático

O estudo dos radicais livres

O tema radicais livres entrou para o dia-a-dia das pessoas comuns há cerca de 20 anos, mas, para os pesquisadores, esse assunto é objeto de estudos desde a década de 50, quando ainda se creditava a formação de radicais livres em sistemas biológicos à reação com agentes externos, como as radiações solares e os raios X, entre outros.

As pesquisas se intensificaram a partir da descoberta, em 1968, de que as reações de oxidação se formam durante o metabolismo normal do organismo, até mesmo durante a respiração. Na época, foi caracterizada uma enzima (superóxido dismutase) que tinha a capacidade de eliminar um determinado radical livre. Essa demonstração comprovou a existência de defesas no próprio organismo, abrindo um campo novo de estudos.

Posteriormente, descobriu-se que o óxido nítrico, importante radical livre, era sintetizado enzimaticamente e tinha grande influência em uma série de processos biológicos, como o controle da pressão arterial, a neurotransmissão e a defesa imunológica, deixando claro que essas espécies podem preencher funções fisiológicas relevantes.

A pesquisadora Ohara Augusto explica que, além da formação enzimática, os radicais podem ter várias outras origens: “acidentes químicos” resultantes do descontrole da cadeia respiratória e dos mecanismos de combate a microorganismos, ou também do metabolismo de poluentes e medicamentos.

Existe uma grande variedade de radicais livres que podem ser formados e/ou atuam em organismos vivos, e suas propriedades químicas e biológicas também variam muito.

Por exemplo: aqueles pouco reativos reagem com biomoléculas específicas e podem exercer funções fisiológicas (benignas), como o óxido nítrico. Já os muito reativos, como o radical hidrozila (que reage indiscriminadamente com a maioria das biomoléculas), parecem exercer efeitos biológicos prejudiciais à saúde.

O projeto temático coordenado pela pesquisa envolve o estudo de algumas dessas espécies, como o óxido nítrico e seus derivados oxidantes, os radicais de carbono formados durante o metabolismo de compostos presentes em bebidas alcoólicas e medicamentos, além de íons de ferro e cobre.

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