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Tecnociência

As extinção das aves e das plantas

Já não se encontram tantos tucanos, mutuns, jacus e arapongas nas áreas remanescentes de Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco. A conseqüência é o empobrecimento da vegetação. Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco estimam que o desaparecimento de animais que se alimentam de frutos ameaça de extinção 34% (ou 145) das espécies de árvores nessa região. Segundo o biólogo José Maria Cardoso da Silva, um dos autores do estudo publicado na Nature do início de março, essas espécies de árvores podem se perder inteiramente em dez a vinte anos, como resultado da caça indiscriminada de pássaros e de mamíferos e da destruição dos lugares onde esses animais vivem. Outras plantas e animais, principalmente insetos, também poderão desaparecer, por causa da extinção das árvores, alerta o pesquisador.

O solo, com uma cobertura vegetal menor, estaria mais sujeito à erosão. De Alagoas ao Rio Grande do Norte ainda existem 427 espécies endêmicas de árvores típicas da Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade do planeta. Dessas, 305 dependem de animais vertebrados (a maioria, pássaros e mamíferos) para que suas sementes sejam espalhadas. Desse conjunto, um terço depende justamente de pássaros de bico largo, com mais de 15 milímetros, bastante vulneráveis à interferência humana. Outros 16% dependem de mamíferos que comem frutas, como os macacos, cuja população também se encontra em redução, pelas mesmas razões.

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