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Tecnociência

Paraná cria laranja transgênica

Um pequeno grupo de pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em Londrina, conseguiu desenvolver uma variedade comercial de laran- ja com gene resistente a bactérias. O trabalho levou dois anos e teve baixo custo (entre R$ 8 mil e R$ 10 mil) porque foi feito um acordo com o Instituto Nacional de Recursos Agrobiológicos de Tsukuba, no Japão: os japoneses cederam o gene stx IA, que codifica um peptídeo (fragmento de proteína) antibacteriano com alta atividade inibitória contra alguns tipos de bactérias, especialmente a Xanthomonas citri.

Luiz Gonzaga Esteves Vieira e Luiz Filipe Pereira, do Iapar, João Bespalhok Filho e Adilson Kobayashi, bolsistas do CNPq, dizem que o trabalho ainda está no início e será preciso multiplicar e testar as mudas geneticamente modificadas até ter a certeza de que a planta é resistente ao cancro cítrico, doença que atinge os laranjais e causa prejuízos de até R$ 300 milhões por ano. “Só teremos respostas seguras em pelo menos dez anos”, estima Vieira, líder do grupo e coordenador do Laboratório de Biologia Molecular e Biologia Celular do instituto.

Pode ser que o peptídeo escolhido não funcione a contento. “Mas aí testaremos outro até conseguirmos o resultado desejado.” O pesquisador acredita que o trabalho poderá facilitar as aplicações práticas dos resultados obtidos no projeto de seqüenciamento da bactéria Xanthomonas , financiado pela FAPESP e concluído no ano passado.

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