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INVESTIMENTO

Rede de investigação

Laboratórios selecionados receberão US$ 8 milhões para seqüenciar quatro vírus

UNIVERSIDADE NEW HAMPSHIREHantavírus: transmitido por roedoresUNIVERSIDADE NEW HAMPSHIRE

A Rede de Diversidade Genética de Vírus (VGDN, sigla em inglês para Viral Genetic Diversity Network) está formada. Sua configuração inicial vai contar com 18 laboratórios, dez situados na região metropolitana de São Paulo e oito em cidades do interior (veja quadro abaixo). Esses laboratórios foram selecionados entre as 35 propostas apresentadas à FAPESP, financiadora do projeto, que abriu em dezembro passado edital convocando instituições interessadas em participar da iniciativa.

“Conseguimos atrair para a rede centros de pesquisa das principais regiões do Estado. Talvez a única região importante que ficou de fora foi Santos”, diz Eduardo Massad, da Faculdade de Medicina da USP, um dos coordenadores da VGDN. Os laboratórios vão se incumbir da tarefa de seqüenciar o DNA de amostras de quatro vírus presentes no Estado: HIV-1, principal causador da Aids; HCV, agente transmissor da hepatite C; Hantavírus, responsável por uma misteriosa e rara síndrome pulmonar; e o vírus respiratório sincicial, VRS, que provoca infecções no trato respiratório, principalmente em crianças. O investimento na formação e funcionamento da rede é de US$ 8 milhões, distribuídos ao longo de três anos.

Política de prevenção
Qual a importância desse trabalho? Sem o mapeamento do código genético de uma quantidade significativa dos vírus que circulam – e infectam – a população de um determinado lugar, é impossível estabelecer as variedades dominantes dos agentes patológicos nesse local. Conhecer as cepas mais comuns dos vírus presentes no Estado permitirá a formulação de uma melhor política epidemiológica de prevenção e tratamento das doenças, além de gerar importante conhecimento para a pesquisa científica. Ao capacitar laboratórios de várias cidades de São Paulo a lidar com vírus, a VGDN persegue ainda o objetivo de dotar o Estado de um conjunto de laboratórios que, no futuro, poderão ser utilizados de forma permanente e corriqueira pela Secretaria de Estado da Saúde.

Três níveis
De acordo com o grau de competência e condições de segurança no manuseio de vírus demonstrados no momento de sua inscrição, os 18 laboratórios escolhidos foram divididos em três níveis. No L1, o mais básico, foram selecionadas 12 instituições, que inicialmente estão aptas a trabalhar apenas com os vírus HIV-1 e HCV. No L2, foram agrupados cinco laboratórios, que estão em condições de lidar com esse dois agentes patológicos mais o VRS. Apenas um centro alcançou o estágio mais avançado do projeto, o L3, estando, portanto, capacitado a fazer análises laboratoriais com os quatro vírus. “Como já prevíamos, a rede começa com uma configuração heterogênea. Nossa meta é ir, aos poucos, aprimorando o desempenho das unidades que estão na base da VGDN. Em 2002, queremos que todos os laboratórios estejam no nível L2”, diz Eduardo Massad.

OS LABORATÓRIOS DA VGDN

Nível L1
Alberto José da Silva Duarte – Faculdade de Medicina da USP
David Jamal Hadad – Secretaria de Estado da Saúde
Édimo Garcia de Lima – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
Fábio Caldas de Mesquita – Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo
Fernando Lopes Gonçales Junior – Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
Flair José Carrilho – Faculdade de Medicina da USP
José Fernando Garcia – Medicina Veterinária da Unesp/Araçatuba
José Luiz Caldas Wolff – Universidade de Mogi das Cruzes
Leonardo José Richtzenhain – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP
Maria Ines de Moura Campos Pardini – Faculdade de Medicina da Unesp/Botucatu
Osvaldo Augusto Brazil Esteves Sant#8217;Anna – Instituto Butantan
Sang Won Han – Unifesp

Nível L 2
Cláudio Sérgio Pannuti – Faculdade de Medicina da USP
Eurico de Arruda Neto – Faculdade de Medicina de Ribeirão Pretoda USP
João Manuel Grisi Candeias – Instituto de Biociências da Unesp/Botucatu
Mirthes Ueda – Instituto Adolfo Lutz
Paula Rahal/Eloiza Helena Tajara da Silva – Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp/São José do Rio Preto

Nível L3
Benedito Antônio Lopes da Fonseca /Luiz Tadeu Moraes Figueiredo -Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP

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