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Estratégias

O real perigo que vem do céu

O verdadeiro risco que virá do espaço não são meteoros gigantes ou bactérias intergalácticas, mas satélites movidos por reatores nucleares e pilhas de plutônio. Hoje existem 56 deles com essas características na órbita da Terra, todos lançados entre 1961 e 1988. “Há cerca de uma tonelada de combustível nuclear no espaço e 1.600 quilos de material radioativo dos reatores”, disse ao jornal  El País Miguel Belló-Mora, do Grupo Assessor de Dejetos Espaciais, da Agência Espacial Européia. Na época em que foram construídos, a tecnologia não era tão avançada e exigia muita energia, difícil de ser fornecida pelos painéis solares. Esses satélites vêm perdendo altura e estima-se que a maioria caia em 20 anos.

O problema é que os reatores são blindados e não se destroem no atrito com o ar. Já ocorreram episódios graves no passado com artefatos desse tipo, como em 1978. Nesse ano, o satélite soviético Cosmos 954 caiu na Terra com um gerador nuclear, que não se queimou ao entrar na atmosfera e liberou uma espécie de chuva radioativa de 2 mil quilômetros de extensão. Por pura sorte, o fato ocorreu no norte do Canadá, uma região praticamente desabitada. Para evitar surpresas, a Agência Internacional de Energia Atômica monitora a órbita terrestre para agir quando algum desses artefatos estiver para reentrar na Terra.

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