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COMUNIDADES

Radiografia da periferia

Em estudo, como vivem os migrantes de Ribeirão

Três bairros da periferia da cidade são o alvo de pesquisa que está sendo realizada por professores da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), com apoio da FAPESP. O desenvolvimento do projeto vai mostrar quantos são, de onde e porquê vieram e como vivem os moradores do Jardim Progresso, do Conjunto Habitacional Avelino Alves Palma e do Conjunto Anhangüera (uma fazenda loteada), em Ribeirão Preto. “Hoje a prefeitura não tem nenhum levantamento preciso a respeito desses locais.

Partindo do pressuposto básico da antropologia, de conhecer as comunidades do seu interior, fazemos diários de campo, entrevistas e observamos a realidade”, diz a socióloga Maria Esther Fernandes, que coordena o projeto. As informações levantadas darão subsídio à formulação de políticas públicas em educação, saúde, segurança, saneamento, transporte, emprego, meio ambiente e outros. A intenção da coordenação é organizar um livro com esses dados.

Parte dos recursos da FAPESP foi aplicada na compra de equipamentos que facilitam o registro do cotidiano, como máquinas fotográficas, filmadoras e gravadores. O projeto está na segunda fase desde outubro passado. “Desde que iniciamos a pesquisa de campo, vários aspectos tornaram-se importantes, como o problema da violência. No trabalho ombro-a-ombro, conseguimos a colaboração de policiais que atendem à comunidade do Jardim Progresso”, conta a socióloga. O envolvimento dos líderes comunitários no projeto é crescente, especialmente daqueles que atuam na Pastoral da Saúde.

A participação do poder público também se ampliou. O parceiro formal do projeto é a Secretaria da Cidadania e Desenvolvimento Social da prefeitura. No entanto, as secretarias da Educação e da Saúde integraram-se à equipe que atua no Jardim Progresso, o antigo Jardim Sem-Teto, área ocupada há cinco anos por cerca de 2 mil famílias vindas principalmente do Nordeste e do Vale do Jequitinhonha, em Minas, à procura do emprego que a então chamada Califórnia paulista prometia. Com os migrantes de lá, pretendem realizar um trabalho que possa servir de modelo.

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