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Tecnociência

A eterna insatisfação

As mulheres sempre acham defeitos no próprio corpo, começando pelo peso, esteja ou não adequado. O que parece uma simples impressão ganha agora respaldo científico. Na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, a psicóloga Graziela Almeida fez uma pesquisa com 60 mulheres e constatou: a antiga suspeita tem fundamento. Participaram do estudo 30 mulheres realmente obesas e 30 com peso normal para a idade e altura.

Graziela pediu a cada uma que desenhasse uma figura humana – era uma forma de descobrir como se viam, se a obesidade acentuada (mórbida) prejudica a auto-imagem e que tipo de associação pode haver entre a variação de peso e a auto-imagem. Analisados com base na técnica do Desenho da Figura Humana e descritos num artigo da Psicologia: Reflexão e Crítica, os desenhos indicam que a insatisfação com o corpo é mais comum entre as mulheres obesas: a figura é desproporcional e disforme em relação ao tórax, pernas, braços, cabeça e detalhes da face.

Nas entrevistas, as mulheres magras também se julgavam gordas. Graziela trabalha agora com um grupo de 150 mulheres e o reforço da técnica Escala de Desenhos de Silhuetas. Os resultados iniciais sugerem que o descontentamento com o físico é geral. E de quem é a culpa? Segundo a pesquisadora, pode ser da cultura atual, que impõe o magro como modelo de beleza.

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