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Estratégias

Diálogo com os árabes, no idioma da ciência

A União Européia (UE) redobra esforços para incluir cientistas dos países árabes em seu Programa Quadro de Ciência e Tecnologia. Em junho, a UE assinou acordo de cooperação com o Marrocos e a Tunísia e iniciou negociações com o Egito. Os responsáveis pelo programa apostam que esse tipo de convênio terá o dom de impulsionar a ciência no mundo muçulmano e estimular o diálogo com o Oriente Médio, esvaziando as críticas de que a Europa discrimina os árabes em favor de Israel. O programa da União Européia é quadrienal e, em sua edição 2002-2006, vai destinar 17,5 bilhões de euros a projetos de pesquisa de todas as áreas.

Teoricamente, cientistas de todos os países podem inscrever-se e celebrar parcerias com centros europeus. Mas a falta de divulgação e os complexos procedimentos de inscrição desestimulam as candidaturas. Acordos específicos, como os firmados com o Marrocos e a Tunísia, facilitarão os trâmites. Integrante ativo dos Programas Quadro desde 1988, Israel havia acabado de renovar sua participação quando foi firmado o acordo com os árabes. Tanto melhor. Como lembra em editorial a revista Nature (23 de junho), “Israel tem problemas comuns – como a desertificação – com os vizinhos árabes”, e, embora pareça distante o dia em que trocarão informações em paz, “a ciência é uma das poucas áreas em que se pode manter um diálogo construtivo entre povos em conflito”.

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