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Tecnociência

Nova tecnologia para extrair petróleo

O Brasil tem reservas significativas de óleo ultraviscoso, também chamado de óleo pesado, tanto em terra como no mar, não aproveitadas até agora por falta de tecnologia apropriada para o seu escoamento. Como o óleo é muito espesso, é difícil fazê-lo chegar à superfície. Mas um novo método, desenvolvido pelo professor Antonio Carlos Bannwart, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), poderá começar a ser utilizado em breve pela Petrobras para extrair óleo pesado. A tecnologia, chamada de Core Flow, consiste em injetar água continuamente dentro do tubo de escoamento, para reduzir o atrito entre o petróleo e as paredes do duto.

“A água funciona como uma espécie de trilho para escoar o óleo”, diz Bannwart. Na superfície, a água tem de ser separada do óleo. Além de facilitar o fluxo, a técnica proporciona economia de energia usada no bombeamento do óleo. Ela começou a ser desenvolvida em 1998 e já foi patenteada pela Unicamp. Bannwart conta que em 2000 procurou a Petrobras.

“Queríamos realizar experimentos em escala maior e precisávamos de um laboratório compatível.” Do encontro resultaram dois projetos apoiados financeiramente pela Petrobras e, recentemente, a assinatura de um contrato de parceria para a construção do Laboratório Experimental de Petróleo (LEP), no valor de R$ 1,3 milhão, com previsão para ficar pronto até meados de 2004.

Bannwart conta que outros estudos começaram a ser feitos com a tecnologia, aproximando as pesquisas do que vai ser encontrado efetivamente em um campo de petróleo. “Em 1999 usávamos óleo combustível de refinaria, no ano seguinte começamos a usar óleo cru e na atual fase, que teve início em 2001, colocamos, além do óleo, gás no interior do óleo, reproduzindo as condições de extração”, explica Bannwart. “Todos os estudos feitos até agora mostraram que a tecnologia funciona efetivamente para a produção e o escoamento do óleo pesado.”

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