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Tecnociência

Os cromossomos da conservação

Pesquisadores paulistas e fluminenses caracterizaram os cromossomos que formam o material genético de duas aves silvestres ameaçadas de extinção, o papagaio anacã (Deroptyus accipitrinus), que ocorre no norte da Amazônia, e a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), encontrada no Cerrado e mata de galeria do Brasil Central. Ambas as aves são diplóides (apresentam cromossomos aos pares) e têm 70 cromossomos.

Esse tipo de trabalho pode ser útil para os esforços que visam preservar a diversidade genética dessas espécies, uma vez que o cruzamento constante entre populações aparentadas pode ser um fator negativo para perpetuação de animais com reduzido número de indivíduos entre sua população. Ainda do ponto de vista ambiental, outra possível utilidade do estudo é usar a caracterização dos cromossomos para diferenciar machos de fêmeas dessas duas espécies, tarefa nem sempre possível de ser feita apenas pela análise de seus traços físicos.

Estimativas apontam para a existência de menos de 5 mil exemplares da arara-azul. No caso do anacã, que chegou a ser capturado e vendido de forma ilegal como animal doméstico, o número de espécimes remanescentes na região Norte pode ser ainda menor. O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu, e Universidade Federal Fluminense (UFF) e saiu na edição de setembro da revista Genetics and Molecular Biology.

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