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Tecnociência

Plásticos para sensores

Em 1839, o físico francês Edmond Becquerel descobriu que alguns materiais produzem pequenas quantidades de corrente elétrica quando expostos à luz, conhecimento utilizado posteriormente para o desenvolvimento de dispositivos fotovoltaicos, usados tanto para detecção de luz (fotodetectores) como para conversão de energia luminosa em elétrica (células solares). Uma nova linha de pesquisa, coordenada pela professora Lucimara Stolz Roman e pelo professor Ivo Hümmelgen, do Departamento de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), utiliza materiais semicondutores orgânicos (polímeros ou moléculas) como camada ativa nos dispositivos fotovoltaicos.

Esses materiais ficam entre dois eletrodos em uma estrutura de sanduíche. Um dos eletrodos, necessariamente transparente para a entrada da luz, é o óxido de estanho, também desenvolvido na universidade paranaense e aplicado sobre uma base de vidro. “Sintetizamos os filmes semicondutores e depositamos em cima do condutor por processo eletroquímico”, explica Lucimara.

O plástico leva vantagem em relação aos materiais usados tradicionalmente, como o silício, porque o custo de processamento é bem menor e também porque pode ser colocado em superfícies planas e curvas. Os pesquisadores já fizeram placas de 10 centímetros quadrados, que podem ser colocadas uma ao lado da outra até formar uma área maior. Lucimara Roman cita como exemplo de aplicação um fotodetector em superfície cilíndrica, que teria um campo de detecção de 360o. Para desenvolver os protótipos e vender os substratos de vidro condutor e transparente, foi montada uma empresa, a Flexitec Eletrônica Orgânica, abrigada no Nemps, incubadora da UFPR.

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