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Prêmio

Ciência, arte e cultura

FCW aprimora formato da maior premiação em dinheiro conferida por uma instituição brasileira

Especial FCW pg 11MIGUEL BOYAYANA cada edição do Prêmio FCW de Arte, Ciência e Cultura, a Fundação vem aperfeiçoando seu formato para torná-lo mais interessante e cobrir eventuais lacunas. Na terceira edição, de 2004, cuja cerimônia de entrega dos prêmios ocorreu em 30 de maio de 2005, houve uma mudança: agora, na categoria Arte, em que a FCW homenageia o fotógrafo publicitário, são lembradas também as agências de publicidade às quais as fotos se vincularam – seus diretores recebem um diploma de honra ao mérito. O nome do prêmio Ciência Aplicada ao Mar foi substituído por Ciência Aplicada à Água para ampliar o escopo do prêmio e permitir a candidatura de especialistas em estudos sobre recursos hídricos.

Na galeria de laureados pelo Prêmio FCW observa-se uma profusão de talentos brasileiros. Na primeira edição, em 2002, os prêmios na área de Ciência foram distribuídos por meio de concurso nas escolas da rede pública de São Paulo. A FCW distribuiu 18 computadores e R$ 150 mil entre as escolas, professores e alunos premiados. Na área de Literatura foram premiados três autores inéditos, selecionados por críticos literários entre 94 concorrentes: Noêmia Sartori Ponzeto, Maria Filomena Bouissou Lepecki e Santiago Nazarian. O prêmio foi a edição do livro inédito de cada um, com tiragem de 2 mil exemplares, com noite de autógrafo no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. O prêmio de Arte foi conferido aos fotógrafos Klaus Werner Mitteldorf, Maurício Salomão Nahas Filho, Allard Willen Meindert van Wielink.

Na segunda edição, em 2003, a premiação adquiriu novo formato para destacar o trabalho de pesquisadores vinculados a universidades e institutos de pesquisa. O prêmio foi dividido em seis categorias: Ciência Geral (Carlos Henrique de Brito Cruz foi o ganhador), Ciência Aplicada ao Meio Ambiente (Philip Martin Fearnside), ao Campo (Jairo Vidal Vieira), ao Mar (Dieter Carl Ernst Heino Muehe), Medicina (Maria Inês Schmidt) e Literatura (Lia Luft). Na categoria Arte ganharam os fotógrafos Bob Wolfenson, Leonardo Martins Vilela e Márcia Ramalho.

Para ampliar a participação dos cientistas, a FCW firmou acordo com entidades de fomento à ciência e tecnologia, entre elas a FAPESP, que passou a integrar a comissão de organização e avaliação das candidaturas. Os vencedores de cada categoria recebem um prêmio no valor de R$ 100 mil líquidos – o maior já conferido por uma instituição brasileira – e uma escultura de Vlavianos. A lista com o nome dos indicados foi submetida à avaliação de um júri formado por entidades parceiras da FCW.

Em 2004, na terceira edição, o bioquímico Isaias Raw, presidente da Fundação Butantan, ganhou o prêmio de Ciência Geral. Raw tem uma extensa história como pesquisador na Universidade de São Paulo (USP) e em centros dos Estados Unidos, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade Harvard, e de Israel, como a Universidade Hebraica de Jerusalém. Exerceu importante papel na formação de pesquisadores e na difusão da ciência no Brasil e foi um dos fundadores da Fundação Carlos Chagas e do Centro de Biotecnologia do Instituto Butantan (conheça o perfil dos ganhadores de 2004 a partir da página 14).

César Gomes Victora, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ganhou o prêmio de Medicina em razão de seus trabalhos para a melhoria da saúde infantil no Brasil e em outros 40 países. Dos dez trabalhos mais citados sobre aleitamento materno na América Latina, sete são de sua autoria ou co-autoria, de acordo com dados do Institute for Scientific Information (ISI). Na categoria Ciência Aplicada à Água ganhou o almirante Alberto dos Santos Franco, especialista na análise e previsão das marés, trabalho de grande importância para a Marinha e todo o transporte marítimo por permitir completa monitoração de navegabilidade do país.

Em Ciência Aplicada ao Campo o escolhido foi o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) por pesquisas sobre produção vegetal visando ao desenvolvimento socioeconômico com qualidade ambiental. O IAC é órgão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e tem 118 anos – foi criado pelo imperador d. Pedro II. O Museu Paraense Emílio Goeldi, de Belém, foi o premiado na categoria Ciência Aplicada ao Meio Ambiente. Primeira instituição científica da Amazônia, o Emílio Goeldi produz e difunde conhecimentos sobre a região, cataloga e analisa sua diversidade biológica e sociocultural, além de contribuir para a formação da memória cultural, para o desenvolvimento regional e educação.

Ferreira Gullar, poeta maranhense radicado no Rio de Janeiro, foi o laureado em Literatura. Escritor versátil, é expoente da crítica e da dramaturgia nacionais. Poema sujo, Na vertigem do dia e Dentro da noite veloz são alguns de seus livros de poemas mais conhecidos. Por fim, os premiados na categoria Arte (Foto Publicitária) foram os fotógrafos Ricardo Cunha, em primeiro lugar, Paulo Vainer, em segundo, e Felipe Hellmeister, em terceiro.

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