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Saúde

Novos investimentos

Fleury, Sírio-Libanês e Einstein criam institutos de pesquisa

Hospitais e laboratórios de análises clínicas privados têm investido na criação de institutos de ensino e pesquisa para o desenvolvimento de projetos na área médica. No início de dezembro, o Fleury Centro de Medicina Diagnóstica e o Hospital Sírio Libanês passaram a integrar esse grupo que já tinha como integrante pioneiro o Hospital Israelita Albert Einstein. O Instituto Fleury foi criado com o objetivo de ampliar a pesquisa, ações educacionais e responsabilidade social. Com 250 médicos em seu quadro funcional, o Fleury trabalha com 23 pesquisadores em medicina. A cargo de apenas 15 deles havia, no final de 2003, 19 projetos internos, 26 em cooperação com universidades e 19 teses sendo preparadas total ou parcialmente na área técnica do laboratório.

O instituto pretende fortalecer as parcerias já existentes entre o laboratório e diversos centros de pesquisa, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), e estabelecer novos acordos. A expectativa é também aumentar o raio de ação dos programas de educação continuada, aperfeiçoamento e especialização que o laboratório mantém há anos, prioritariamente para seu pessoal de nível superior. “Pretendemos oferecer, também, cursos de pós-graduação, que, pelo menos em um primeiro momento, serão realizados nas universidades parceiras”, conta Rendrik Franco, um dos diretores do instituto.

Segundo Franco, o laboratório investirá R$ 3 milhões por ano no instituto, sem considerar a verba que já há alguns anos destina à pesquisa. “Esses recursos serão dirigidos principalmente para as áreas de educação e responsabilidade social”, observa ele. Com a iniciativa, o Fleury pretende, também, aumentar seus investimentos na publicação de textos científicos. “Já lançamos diversos manuais e queremos, agora, editar periódicos e livros”, comenta Franco. Ele afirma que as iniciativas do Fleury no desenvolvimento de produtos e processos e em inovação tecnológica cresceram muito nos últimos dez anos. “Recentemente, percebemos que muitos desses conhecimentos acumulados e já aplicados são passíveis de registro de propriedade intelectual”, diz.

Massa crítica
O Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, inaugurou, no início de dezembro, um Instituto de Ensino e Pesquisa, com investimentos de R$ 20 milhões. O instituto aguarda autorização do Ministério da Educação para atuar como instituição de ensino superior e, em breve, oferecerá cursos de pós-graduação lato sensu, com programas de residência médica, especialização, aprimoramento e estágios em diversas especialidades, como estudos da dor, oncologia e videocirurgia. “A idéia é formar massa crítica em pesquisa experimental e clínica para depois oferecer, também, mestrados stricto sensu“, diz Roberto de Queiroz Padilha, diretor-executivo do instituto.

O Instituto do Hospital Sírio-Libanês conta com seis centros de treinamento com infra-estrutura para pesquisa, ensino e prática de videocirurgia, microcirurgia, artroscopia, simulação de situações críticas, braquiterapia da próstata e emergências cardiovasculares. Também dará continuidade ao trabalho do Centro de Estudos e Pesquisas do Sírio-Libanês, que desde 1978 promove a educação continuada para médicos e outros profissionais de saúde, realizando jornadas, simpósios, congressos e reuniões científicas sobre os mais variados temas, com destaque para a área de terapia intensiva. “Agora, será possível acompanhar, a partir dos nossos anfiteatros, qualquer procedimento do centro cirúrgico do hospital e dos centros de treinamento”, observa Padilha.

Pioneiro, o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, que nasceu formalmente em 1998, já oferece cursos de graduação em enfermagem e pós-graduação lato sensu em diversas áreas da medicina. “À parte os programas regulares, oferecemos hoje mais de 80 cursos de atualização”, diz Carlos Alberto Moreira Filho, coordenador do instituto. “A pesquisa é uma atividade estratégica para o hospital”, comenta. O Instituto do Albert Einstein mantém acordos de colaboração com diversas universidades no Brasil e no exterior – USP, Escola Paulista de Medicina e a Cleveland Clinic são alguns exemplos de parceiros. Com um investimento inicial de cerca de R$ 10 milhões, gerou receita de R$ 12 milhões em 2003 e projeta um crescimento de 25% em 2004. Atraiu quase 6 mil alunos em 2003.

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