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SciELO

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Comunicação
Informação científica
O objetivo do estudo O processo de consentimento livre e esclarecido em pesquisa: uma nova abordagem, desenvolvido por pesquisadores do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, foi avaliar a possibilidade de se fornecer conteúdo de forma coletiva para pessoas convidadas a participarem de alguma investigação científica. Assinado por José Roberto Goldim, Carolina da Fonte Pithan, Juliana Ghisleni de Oliveira e Márcia Mocelin Raymundo, o artigo se baseou na transmissão de informações sobre uma determinada pesquisa da área de ginecologia. Os dados foram fornecidos aos potenciais participantes em uma palestra única. Durante o evento, foram apresentados os procedimentos, riscos e benefícios daquela investigação científica. Após todos os esclarecimentos sobre o estudo, foram entrevistados 45 participantes do projeto. O objetivo foi detectar o grau de assimilação das informações fornecidas durante o simpósio. Os resultados mostraram que todos os participantes se lembraram dos procedimentos a que eles seriam submetidos, 54% se recordaram dos riscos e 96% dos prováveis benefícios daquele projeto de pesquisa. Os pesquisadores compararam os presentes resultados com os obtidos em um estudo similar que utilizou o processo de consentimento livre e esclarecido convencional pela transmissão individual das informações. As pessoas, diz a pesquisa, assimilaram mais as informações passadas de forma coletiva. “O indivíduo adequadamente informado está em melhores condições de exercer livremente a sua escolha entre participar ou não de uma pesquisa”, atestam os autores.

Revista da Associação Médica Brasileira vol. 49 – nº 4 – São Paulo – 2003

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Sociologia
Domésticas e ascensão social
A proposta do artigo Urbanização e emprego doméstico, de Christine Jacquet, pesquisadora da Universidade Católica de Salvador (UCSal), é analisar as lógicas que presidem a migração das mulheres em direção às cidades, a partir do estudo da população doméstica de Fortaleza. A justificativa para a realização do trabalho é o fato de que a maioria das domésticas que residem no emprego, geralmente oriundas do meio rural, participa ativamente da formação da população urbana brasileira. “A hipótese central desenvolvida no estudo é de que o ingresso na domesticidade urbana atende a um projeto pessoal de ascensão social e a um objetivo de ordem matrimonial, que resulta da desvalorização social e do empobrecimento dos rapazes no meio rural”, diz o artigo. No Brasil contemporâneo, a população urbana se caracteriza pelo desequilíbrio entre os sexos: 94 homens para cada cem mulheres. Nas capitais, a desproporção é maior, pois o número de homens baixa para 91 a cada cem mulheres. Nas zonas rurais, ao contrário, observa-se um considerável déficit feminino: 109 homens para cada cem mulheres. A população doméstica de Fortaleza, composta por 95% de pessoas do sexo feminino, concentra uma taxa elevada de migrantes nativas da zona rural (68,4%). “O êxodo do campo, que alimenta o crescimento da população urbana, é um fenômeno majoritariamente feminino. No que diz respeito às domésticas brasileiras, elas participam ativamente do desequilíbrio entre os sexos. Na população urbana dos diferentes estados do Brasil, existe uma estreita correlação entre o excedente feminino e a presença de domésticas”, revela o estudo.

Revista Brasileira de Ciências Sociais – vol. 18 – nº 52 – São Paulo – jun. 2003

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Osteoporose 
Alerta às crianças
Revisar a literatura acerca da ocorrência de osteoporose na infância e adolescência, abordando o diagnóstico, a prevenção e o tratamento da doença é o objetivo do estudo Osteoporose na infância e na adolescência, desenvolvido por quatro pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Lúcia Campos, Bernadete Liphaus, Clóvis Silva e Rosa Pereira. “A osteoporose é um importante problema de saúde em todas as partes do mundo. A partir dos 50 anos, 30% das mulheres e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo de fratura”, aponta o artigo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a osteoporose é definida como uma doença metabólica óssea sistêmica, caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, com conseqüente aumento da fragilidade do osso e da suscetibilidade a fraturas. Segundo os autores do estudo, a incidência de fraturas vai quadruplicar nos próximos 50 anos em decorrência do aumento da expectativa de vida. O artigo se baseou em informações de revisão bibliográfica, realizada por busca direta de artigos científicos e por pesquisa em bases de dados especializadas no assunto. “O pediatra tem a função de garantir as condições necessárias para que crianças e adolescentes desenvolvam a melhor qualidade possível de massa óssea, evitando fraturas na idade adulta”, diz o artigo. A conclusão é de que a osteoporose deixou de ser uma preocupação exclusiva de indivíduos adultos e idosos, uma vez que a densidade mineral óssea dessas faixas etárias mais avançadas depende do pico de massa óssea adquirido na adolescência ou até o final da segunda década de vida.

Jornal de Pediatria (Rio de Janeiro) – vol. 79 – nº 6 – Porto Alegre – nov./dez. 2003

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Saúde
Controlando a dor pós-operatória
A dor aguda pós-operatória pode apresentar grande influência na evolução dos pacientes cirúrgicos. O artigo Influência da criação de um serviço de tratamento da dor aguda nos custos e no consumo de drogas analgésicas na sala de recuperação pós-anestésica, de três anestesiologistas da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (Marcos Emanuel Gomes, Paulo Ernani Evangelista e Florentino Fernandes Mendes), tem o objetivo de descrever a criação de um serviço de tratamento da dor aguda, em relação ao custo e ao consumo de drogas analgésicas utilizadas para o tratamento da dor. Um levantamento realizado nos Estados Unidos revelou que aproximadamente 75% dos pacientes submetidos a cirurgias experimentaram dor pós-operatória sem alívio adequado. O estudo se baseou no fato de que a dor pode influenciar de forma negativa a evolução do paciente, retardando sua recuperação. “O tratamento eficaz da dor pós-operatória contribui para a obtenção de uma mobilização mais precoce, um menor período de hospitalização e diminuição de custos, além de proporcionar maior conforto e satisfação ao paciente”, justificam os pesquisadores. Foi realizada uma coleta prospectiva de dados, por meio de sistemas informatizados da Controladoria da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, relativos ao consumo e custo de drogas analgésicas na sala de recuperação e ao número de cirurgias realizadas. Os resultados mostraram que houve um aumento do consumo e dos custos com analgésicos, assim como uma modificação no perfil de utilização no período estudado, entre os anos 2000 e 2001. Por conta disso, foi criado um Serviço de Tratamento de Dor Aguda (STDA), em Porto Alegre, o que determinou uma mudança no perfil dos analgésicos utilizados para o tratamento da dor. A conclusão é de que, devido à criação deste novo departamento, houve um aumento do consumo e dos custos dessas drogas, porque os pacientes passaram a ter sua dor pós-operatória mais bem controlada.

Revista Brasileira de Anestesiologia – v. 53 – nº 6 – Campinas – nov./dez. 2003

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Medicina esportiva
Exercícios para os hipertensos
Com base no princípio de que o exercício físico é aceito como estratégia complementar no tratamento da hipertensão arterial, o estudo Influência de programas não-formais de exercícios (doméstico e comunitário) sobre a aptidão física, pressão arterial e variáveis bioquímicas em pacientes hipertensos procurou investigar os efeitos de dois programas de exercício sobre a pressão arterial, aptidão física e perfil bioquímico sangüíneo de adultos hipertensos. Participantes de um programa de exercícios não supervisionados e outro do tipo “ginástica comunitária” foram acompanhados por 18 meses. Os cientistas analisaram os níveis de pressão arterial e aptidão física, como peso corporal, percentual de gordura e capacidade cardiorrespiratória, além de variáveis bioquímicas, como colesterol total, triglicerídeos e glicemia. Os resultados descritos no estudo indicaram que ambos os programas exercem efeitos positivos sobre a condição dos pacientes hipertensos, principalmente no que diz respeito à composição corporal, em termos quantitativos e de distribuição regional. Quanto à aptidão cardiorrespiratória e pressão arterial, os resultados do estudo foram pouco conclusivos. Apesar de diferenças significativas terem sido identificadas no sentido da melhora, não houve um padrão de comportamento que desse claramente suporte a esses efeitos. “A carência de uma análise acurada de variáveis potencialmente intervenientes, como dieta e evasão, deve ser considerada em estudos futuros”, alerta o artigo.

Revista Brasileira de Medicina no Esporte – vol. 9 – nº 5 – Niterói – set./out. 2003

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