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Brasil

A máscara carioca do carnaval paulistano

Na primeira metade do século 20, o carnaval popular de São Paulo dividia-se entre os cordões dos descendentes de escravos e dos imigrantes que habitavam os bairros do Brás, da Mooca e da Lapa, na maioria italianos. A evolução das manifestações populares desde o século 19 até o atual desfile de escolas de samba será abordada num livro, Carnaval em branco e negro, que a Editora Unicamp prepara-se para publicar. A obra, ilustrada com imagens e fotos de várias épocas, é o resultado de uma tese da doutorado de Olga Rodrigues de Moraes Von Simson, do Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), defendida em 1990.

Na época em que foi feita, nenhuma editora interessou-se em publicá-la devido ao alto custo de impressão das imagens. “O mercado editorial mudou e agora há uma demanda por obras bem ilustradas, voltadas para um leitor habituado à Internet”, diz. Entre outras curiosidades, a tese mostra como o carnaval de São Paulo inspirou-se no formato dos desfiles do Rio de Janeiro. Em 1968, o então prefeito paulistano Faria Lima, que era carioca, instituiu uma subvenção para os desfiles e convocou um carnavalesco carioca para criar as regras do carnaval paulistano. Foi assim que os antigos cordões migraram para o formado das atuais escolas de samba. A Nenê de Vila Matilde venceu os primeiros desfiles – seu presidente, carioca, tinha familiaridade com as regras.

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