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O sonho da grama mais verde

Uma onda de protestos varreu as universidades européias e culminou no afastamento voluntário de cerca de 2 mil pesquisadores franceses de seus cargos administrativos. Os motivos alegados nas manifestações foram os salários estagnados, a falta de perspectiva na carreira acadêmica, cortes e queixas contra a forma negligente como os governos vêm tratando a educação superior.

O protesto começou na Inglaterra com uma greve convocada pela Associação dos Professores Universitários, entidade que congrega 48 mil membros. A paralisação, ocorrida em fevereiro, teve 90% de adesão. Os franceses apresentaram suas reivindicações por meio de um abaixo-assinado que obteve 65 mil assinaturas para a causa “Salve a pesquisa!”. Reclamavam do corte de 30% no orçamento da pesquisa em 2002. O silêncio das autoridades levou diretores de institutos e pesquisadores a abandonar suas funções burocráticas.

O afastamento dos cargos deve resultar em lentidão nas pesquisas, pois os diretores são responsáveis pela coordenação do trabalho. A crise, de acordo com os pesquisadores, tem provocado uma fuga de cérebros, sobretudo para os Estados Unidos, onde os salários são maiores, assim como as chances de fazer carreira. “A grama é mais verde nos Estados Unidos”, disse à revista Nature (11 de março) Peter Cotgreave, diretor do grupo Salve a Ciência Britânica.

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