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Brasil

Telhas com fibras

Fibras de eucalipto, sisal, bananeira e malva, misturadas ao cimento, resultaram em um novo tipo de telha, desenvolvida e patenteada pelo Grupo de Construções Rurais e Ambiência, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (SP), em Pirassununga. A pesquisa, coordenada pelo professor Holmer Savastano Junior, teve início em 1996 e foi financiada pelo programa Habitare, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Depois de selecionar as fibras vegetais, matéria-prima encontrada em grande quantidade no Brasil, foram feitos ensaios para avaliar o seu uso em conjunto com o cimento. “As fibras do eucalipto, da bananeira e do sisal foram utilizadas em forma de polpa para compor a telha, enquanto a malva foi apenas picada”, explica Savastano. As empresas MMF Indústria e Comércio de Máquinas, de Mauá (SP), e a MAB’S Comércio, Manutenção, Fabricação de Máquinas e Equipamentos, de São Carlos (SP), construíram uma primeira versão do equipamento para moldagem das telhas.

Os testes feitos para analisar a eficiência do produto envolveram ainda a determinação das propriedades mecânicas, físicas, químicas e microestruturais do novo material. “Para melhorar a longevidade das telhas, passamos a misturar fibras sintéticas (polipropileno, derivado do petróleo) às vegetais”, diz o pesquisador. Ele explica que a fibra de eucalipto, por exemplo, tem bom desempenho durante a fabricação, o transporte e a instalação da telha, qualidades que mantém até cerca de 12 meses depois de produzida. Após esse período, por causa da possível degradação da fibra vegetal pelo meio alcalino do cimento, o reforço passa a ser garantido pelas fibras sintéticas.

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