Os tubarões que atacam surfistas nas praias da Região Metropolitana do Recife terão seu comportamento investigado por pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), graças a uma verba de R$ 200 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto, batizado de Protuba, vai capturar tubarões no trecho entre o Porto de Suape e a Praia do Pina, onde ocorreu a maioria dos 14 ataques com mortes registrados desde 1992. O objetivo é estudar os ciclos biológicos, os hábitos alimentares e os movimentos migratórios dos animais. Também serão analisados fatores ambientais que podem ter vínculo com os ataques, como a temperatura e a salinidade da água. O interesse primordial da pesquisa é o tubarão cabeça-chata, identificado como o principal agressor dos surfistas. Não se conhece muita coisa sobre essa espécie, mas se acredita que os ataques estejam relacionados à entrada de fêmeas no estuário para dar cria. “Se pudermos identificar quando ocorre essa fase, na qual as fêmeas se aproximam da praia e ficam mais agressivas, será mais fácil prevenir os ataques e proteger animais e surfistas”, diz Fabio Hazin, diretor do Departamento de Pesca da UFRPE e coordenador do Protuba. Também é provável que a onda de ataques tenha a ver com a construção do Porto de Suape, que mudou a configuração do estuário e pode ter empurrado os tubarões em direção ao Recife. A pesquisa deve durar dois anos. A intenção do grupo, porém, é transformar a iniciativa num trabalho de monitoramento permanente da costa.
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