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mundo

Os ecologistas do ano de 2004

O Prêmio Goldman, concedido todos os anos a ativistas da causa ecológica, destacou em sua edição de 2004 o trabalho de Rudolf Amenga-Etego, um advogado de Gana que lidera uma campanha contra a privatização da distribuição de água no país. Com a privatização, a água receberia um tratamento mais adequado e ganharia qualidade, mas seria comercializada a preços de mercado, mais altos que os cobrados hoje. “Cerca de 70% da população de Gana não tem dinheiro para comprar água limpa. Cobrar mais caro seria desastroso”, diz o laureado. O projeto foi suspenso em 2003, em meio a uma onda de protestos, mas o governo ganense está tentando resgatá-lo. A privatização é estimulada pelo Banco Mundial, que tratou de se defender quando soube da premiação. “Não é questão ideológica. O banco se preocupa em garantir a oferta de água limpa, e com preços acessíveis, para populações pobres”, informou um porta-voz da instituição. Também foram premiados as indianas Rashida Bee e Champa Shukla, sobreviventes da explosão de gás em Bhopal que matou 20 mil pessoas em 1984; Demétrio de Carvalho, presidente da primeira entidade ambiental do recém-liberto Timor Leste; Libia Grueso, artífice de uma terra a comunidades negras da Colômbia; Manana Kochladze, da ONG Green Alternative, da Geórgia, antiga república soviética; e a norte-americana Margie Eugene-Richard, ativista que obrigou a Shell a indenizar vítimas de vazamentos tóxicos na Califórnia. Dois brasileiros já ganharam o Prêmio Goldman: a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em 1996, e Carlos Alberto Ricardo, fundador do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi), em 1992.

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