Imprimir PDF Republicar

mundo

A era que não terminou

Em artigo publicado na revista Science (21 de maio), o economista italiano Leonardo Maugeri lançou combustível numa polêmica planetária. Ele diz que a era do petróleo está longe de terminar, porque as previsões sobre o potencial das reservas mundiais pecaram invariavelmente pelo pessimismo.
E cita exemplos. Em 1942, estimou-se que os poços de petróleo na região do rio Kern, na Califórnia, produziriam no máximo 54 milhões de barris. Pois até hoje já geraram 736 milhões de barris e as reservas não chegaram nem à metade. Outro exemplo é o do campo de Kashagan, no Cazaquistão. Nos anos 1990, seu potencial foi reavaliado na casa dos 4 bilhões de barris.

A última previsão diz que são pelo menos 13 bilhões de barris. “Embora os recursos sejam finitos, ninguém sabe qual é o limite”, diz Maugeri, vice-presidente da companhia petrolífera italiana Eni. “O óleo está contido em rochas porosas, o que torna difícil estimar quanto do produto existe.”

Ele insinua que as empresas petrolíferas conhecem o fenômeno, mas se fazem de desentendidas. Assim, controlam os investimentos em prospecção e evitam que o aumento da produção reduza demais o preço do barril. “O pior efeito do pânico sobre o fim das reservas é que ele tem gerado políticas imperialistas e levado ao controle das regiões produtoras”, diz Maugeri.

Republicar