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Brasil

Cuidado com as ostras frescas

Saborear uma ostra à beira das praias de areia branca e o mar verde-esmeralda do Ceará pode não ser assim tão bom: as ostras (Crassostrea rhizophorae) que crescem no estuário do rio Cocó, um dos principais criadouros naturais do estado, estão contaminadas. Os moluscos coletados nessa região e vendidos ainda frescos para serem consumidos em geral crus apresentam quantidades elevadas de duas bactérias encontradas em fezes, a Escherichia coli e a Enterococcus faecalis.

A equipe da bióloga Regine Vieira, da Universidade Federal do Ceará, analisou 300 ostras e constatou que a taxa de E. coli variou de 2 a 920 unidades formadoras de colônias por grama de ostra, enquanto a de E. faecalis ficou entre 3 e 100, segundo artigo a ser publicado no Brazilian Journal of Microbiology.

Embora a legislação sanitária brasileira não estabeleça limites de contaminação por E. coli para moluscos a serem consumidos crus, a comparação com os critérios europeus indica que 40% dessas ostras não deveriam ser degustadas frescas. Antes do consumo, teriam de passar por um banho prolongado em água limpa para eliminar as bactérias.

"A presença de E. coli nas ostras é um indício de que as águas da região podem conter bactérias associadas a doenças", diz Regine. Ela sugere que a Vigilância Sanitária adote a quantificação dessas bactérias para definir o padrão da qualidade dos moluscos.

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