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Brasil

Enfim, o teste do feijão transgênico

Depois de mais de três anos de espera por uma licença ambiental, começaram em maio os testes de campo com o feijão transgênico desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os grãos geneticamente modificados são resistentes ao vírus do mosaico dourado, que amarelece as folhas do feijoeiro, causa nanismo nas plantas e deforma as vagens.

Os resultados da primeira fase de testes devem ser conhecidos em seis meses. Será avaliado o impacto nas condições físicas do solo, nos microrganismos ao redor e na fauna de minhocas, besouros, aranhas e formigas. Mas só dentro de três anos é que se saberá se o feijão é seguro para a saúde humana e o meio ambiente. Além de repetir os testes de impacto ambiental, será necessário plantar o feijão transgênico numa área maior, a fim de obter a quantidade de grãos necessária para os testes de segurança alimentar.

Esses testes seguirão as normas da FAO, órgão das Nações Unidas para agricultura e alimentação. A coleta do feijão transgênico está sendo feita num campo experimental da Embrapa em Santo Antônio de Goiás e vai ser analisada nos Laboratórios de Ecologia Microbiana e Fauna do Solo da Embrapa Agrobiologia, em Seropédica, Rio de Janeiro. A pesquisadora da Embrapa Agrobiologia, Norma Gouvêa Rumjanek, não acha que os três anos de espera pela licença foram totalmente desperdiçados.

“A situação era muito confusa. Havia dúvidas sobre os tipos de testes de impacto ambiental que deveriam ser feitos e, sempre que se discutia o assunto, aparecia alguma idéia nova. Com o tempo, foi possível amadurecer as idéias”, afirma.

“Ficou mais simples de planejar quando o país definiu que seguiria o princípio da precaução”, afirma Norma, referindo-se ao conceito segundo o qual é preciso avaliar exaustivamente os perigos antes de liberar o consumo. Nos próximos meses, a Embrapa iniciará testes semelhantes com mudas de seus mamoeiros geneticamente modificados e resistentes a vírus e fungos.

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