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Mundo

O tigre prepara o salto da ciência

Está na berlinda a ciência produzida num dos mais vigorosos tigres da Ásia, a Coréia do Sul. As queixas vêm de vários setores e envolvem desde a mediocridade da maioria das instituições de ensino até o excesso de burocracia governamental.

Em maio, em seu primeiro discurso público desde que escapou de uma tentativa de impeachment, o presidente Roh Moo-hyun destacou a importância da inovação tecnológica na economia coreana e disse que a ciência é um dos setores que mais precisam de ajuda. Temas como a reforma educacional e o aumento de verbas para pesquisa estão na agenda do presidente. Koo Bom-jae, assessor científico do ministério, informou que o esforço do governo vai concentrar-se na biotecnologia e na nanotecnologia.

Segundo o presidente da Academia Coreana de Ciência e Tecnologia, Chung Kun-mo, o objetivo é criar uma cultura científica moderna, “que não siga os outros, mas se aventure em novas áreas”. Atingir esse patamar não será fácil.

Embora o país apresente grande porcentagem de graduados em ciências e engenharia, ainda falta qualidade, alega Park Chan-mo, presidente da Pohang Universidade de Ciência e Tecnologia, uma das principais instituições de ensino científico do país. Das cerca de 200 universidades, observa Chan-mo, apenas sete fazem, de fato, pesquisa. Para combater o problema, o governo vai dobrar as verbas para bolsas este ano, chegando a US$ 46 milhões.

Num esforço para desfazer a imagem de que a carreira científica é mal paga e de pouco prestígio, serão oferecidas oportunidades de emprego para cientistas no governo. E as empresas receberão estímulos para contratar pesquisadores. Outra decisão política: o ministro da Ciência, Oh Myung, se tornará um dos três vice-primeiros-ministros, ampliando sua influência no governo (Science, 28 de maio).

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