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Mundo

Comitê japonês aprova clonagem

O Japão está prestes a entrar na corrida internacional das pesquisas em clonagem terapêutica, ao lado da Inglaterra, China e outras nações. No dia 23 de junho, o comitê de bioética do Conselho de Política para Ciência e Tecnologia – a mais alta instância de decisão científica do país – aprovou a suspensão da moratória de três anos que pairava sobre os estudos com células-tronco de embriões. Foram 10 votos contra 5.

Em breve, a decisão deverá ser endossada por um outro conselho governamental. Mas o efeito não será imediato. As regras que regerão o procedimento devem demorar pelo menos um ano para ser estabelecidas. A clonagem de embriões humanos para obtenção de células-tronco promete gerar tecidos e órgãos para transplantes e, assim, curar doenças. Apesar da aprovação, a polêmica persiste.

O biólogo Shin-ichi Nishikawa, integrante do comitê e pesquisador do Centro de Desenvolvimento de Biologia Riken, em Kobe, votou pela mudança e lamenta que as pesquisas não comecem imediatamente. “Já perdemos muito tempo. O processo de decisão nos órgãos científicos japoneses infelizmente é muito demorado”, afirma.

Já para o embriologista Motoya Katsuki, que também é membro do comitê e diretor do Instituto Nacional de Biologia Básica de Okazaki, os problemas ético-científicos que levaram à moratória ainda não foram resolvidos. “Do ponto de vista ético, o ideal seria evitar experimentos com seres humanos tanto quanto possível”, diz Katsuki, que votou contra o fim da moratória. (Nature, 1º de julho)

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