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Mundo

O Tâmisa volta à vida

Há 150 anos, o rio Tâmisa, que corta a cidade de Londres, capital da Inglaterra, emanava tamanho mau cheiro que foi preciso fechar o Parlamento, a sede do Poder Legislativo. A poluição era tanta que cerca de 50 anos atrás o Tâmisa foi considerado oficialmente morto.

Decididos a trazer o rio à vida, os ingleses se empenharam e hoje, em suas águas limpas, vivem 121 espécies de peixes, incluindo o salmão, que ali aparece para desovar, segundo o London Press Service. Um sinal aparente dessa revitalização surgiu recentemente, quando especialistas foram chamados para identificar um peixe jogado no convés de um navio por uma gaivota.

Era nada menos que uma piranha, espécie nativa do rio Amazonas. Para os atônitos especialistas, provavelmente o peixe foi jogado no Tâmisa por alguém que não acreditou em sua capacidade de sobreviver às baixas temperaturas.

O fato é que hoje o rio tem uma profusa fauna, que inclui linguado, perca, arenque e lampréia – sem falar das aves, como as garças, vistas com freqüência abocanhando seu alimento favorito, peixes pequenos, um indicativo claro de águas limpas.

Este ano os ingleses celebram 30 anos da volta do salmão ao Tâmisa, após uma ausência de 150 anos. Mais de cem salmões nadam rio acima todo ano para a desova, com uma mãozinha da tecnologia: uma série de escadas adaptadas no rio que auxiliam seu percurso.

Junto com as espécies, floresce o comércio de peixes. O repovoamento aquático trouxe também 400 espécies de invertebrados. Pássaros diversos voltaram e até focas e golfinhos dão o ar da graça. “A recuperação do Tâmisa tem sido constante ao longo de quatro décadas como resultado do tratamento de resíduos”, diz Steve Colclough, da agência ambiental britânica. “Todo o ecossistema está saudável e diversificado.”

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