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Saúde

Sedentarismo acentuado

O objetivo do estudo “Prevalência e fatores associados ao sedentarismo no lazer em adultos” foi quantificar a falta de exercícios em indivíduos com mais de 20 anos de idade, residentes em Salvador, na Bahia. Os pesquisadores Francisco Pitanga e Ines Lessa, ambos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fizeram o levantamento com base em uma amostra de 2.292 adultos, sendo 55% do sexo feminino. “Sedentários foram aqueles que informaram não participar de atividades físicas nos momentos de lazer, em uma semana habitual”, explicam. Os autores alertam que com o processo da industrialização, existe um crescente número de pessoas que se tornam sedentárias com poucas oportunidades de praticar atividades físicas. “E diversos autores têm demonstrado associação entre sedentarismo e agravos cardiovasculares, câncer, diabetes e saúde mental.” Inicialmente, o estudo calculou a prevalência do sedentarismo no lazer por variáveis associadas ao sexo da população estudada. Em seguida, calculou-se a prevalência entre sedentarismo no lazer, grau de escolaridade e estado civil. O instrumento utilizado foi o Questionário Internacional de Atividade Física (QIAF), que contempla as diversas facetas desse problema de saúde pública: atividades domésticas, atividades no trabalho, atividades no lazer e deslocamentos.  “A prevalência do sedentarismo no lazer foi de 72,5%, sendo mais freqüente em mulheres entre 40 e 59 anos e homens maiores que 60 anos de idade, em pessoas com baixo nível de escolaridade e entre os casados, separados ou viúvos”, concluem os pesquisadores. O artigo cita dois outros estudos brasileiros. O primeiro mostra a prevalência do sedentarismo no lazer em 77,8% das mulheres analisadas, enquanto o outro analisou 11 mil adultos de ambos os sexos, onde foi observado sedentarismo em 87% dos participantes do levantamento. “Os resultados apresentados são importantes para a saúde pública, na medida que podem ser utilizados para demonstrar os altos níveis de sedentarismo em adultos, visando a implementação de programas de incentivo à prática de atividades físicas direcionados a subgrupos populacionais mais afetados pelo problema”, acreditam.

Cadernos de Saúde Pública – vol. 21 – nº 3 – Rio de Janeiro – maio/jun. 2005

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2005000300021&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

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