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Brasil

Mamona e biodiesel no Nordeste

A primeira fábrica de produção de biodiesel da Petrobras foi instalada no Pólo Industrial de Guamaré, a 160 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte. Ela está produzindo o combustível em fase experimental a partir do óleo da mamona. A partir de 2008, será obrigatório o acréscimo no diesel vendido em todo o país de 2% de óleo vegetal. Na Região Nordeste, a escolha dessa planta com sementes oleaginosas representa também a possibilidade de transformar o projeto biodiesel em uma fonte de renda para a agricultura familiar. A mamona é uma planta resistente, conhecida como “carrapateira”, que se espalhou naturalmente pelo Nordeste. Ela foi alvo de um projeto realizado pela unidade Embrapa Algodão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, de Campina Grande, na Paraíba, para torná-la economicamente viável para a produção de biodiesel. O principal resultado foi o desenvolvimento de duas variedades da mamona, a BRS Nordestina e a BR Paraguaçu, que atingem um rendimento de 47 a 48% de óleo, enquanto a planta encontrada naturalmente no sertão e nas cidades nordestinas produz no máximo 4%.

“É preciso de 12 a 14 anos para desenvolver cultivares como essas da mamona, resistentes a doenças e com alta produtividade”, diz Napoleão Beltrão, pesquisador da Embrapa de Campina Grande. No Rio Grande do Norte, o Programa do Agronegócio da Mamona está  incentivando o plantio de 10 mil hectares de mamona por ano, num total de 40 mil, até 2007. Para isso, disponibiliza as sementes (o custo do quilo da semente qualificada é de R$ 17) e oferece assistência técnica, com pessoal treinado pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater-RN), para os 28 municípios selecionados pela Embrapa. A Petrobras garante a compra de 3 mil toneladas por ano da baga da mamona produzidas pelas cooperativas de pequenos agricultores. “Um dos nossos objetivos ao produzir biodiesel no estado é aumentar a renda de pequenas comunidades rurais”, diz Fernando Ribeiro, gerente de suporte técnico da Petrobras na região. O próximo passo é convencer os agricultores a adotar uma cultura ainda sem tradição no estado e mostrar que o negócio é rentável.

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