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Brasil

Em extinção, sim, mas nem tanto

Biólogos brasileiros estão contestando o levantamento mundial sobre o declínio e a extinção de anfíbios, realizado por especialistas pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN) com a Conservation International. De acordo com esse estudo, publicado em outubro de 2004 na Science, estariam no Brasil 110 das 1.856 espécies de sapos, pererecas e rãs sob o risco de desaparecer. Especialistas do Museu Nacional do Rio de Janeiro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais examinaram a metodologia adotada e concluíram que no Brasil não haveria 110 espécies ameaçadas de anfíbios, mas apenas 24. Um artigo com esses novos resultados saiu neste mês também na Science. “Consideramos os critérios da IUCN inadequados aos anfíbios brasileiros”, diz Célio Haddad, da Unesp. “Isso não se deve aos critérios em si, mas a decorrências de nossa ignorância sobre a distribuição geográfica e tamanhos das populações de anfíbios brasileiros.” Segundo ele, o Global Amphibian Assessment (Avaliação Global de Anfíbios ou GAA) teria aplicado friamente os critérios da IUCN, sem levar em conta que a falta de dados geraria uma distorção nos resultados. “Além de considerar espécies deficientes em dados (DD) como ameaçadas, o GAA incluiu espécies amplamente distribuídas e abundantes como ameaçadas”, diz ele. Em alto risco de extinção haveria nove espécies de anfíbios brasileiros de acordo com uma lista do governo federal, seis de acordo com um levantamento feito por especialistas e 20 segundo o GAA; como ameaçados haveria, respectivamente, 3, 6 e 38.

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