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Brasil

A terra preta vale ouro

Um tipo de solo encontrado na Amazônia, a terra preta, pode não só transformar solo pobre em fértil, até mesmo triplicando as colheitas, como também ajudar a reduzir os efeitos das mudanças climáticas, por reter carbono. A terra preta foi produzida milhares de anos atrás por populações nativas que usavam uma técnica de desmatamento chamada cortar-e-chamuscar: cortavam a mata e a queimavam por meio de fogos de baixa intensidade, controlados com terra. Segundo Johannes Lehmann, biogeoquímico da Universidade de Cornell, Estados Unidos, esse método pode reduzir as emissões de metano e de óxido nitroso do solo e reter até 50% do carbono da biomassa. Lehmann estima que poderia haver uma redução de até 12% na quantidade de gás carbônico produzido pelas atividades humanas se essa técnica substituísse a atual, cortar-e-queimar, com amplas queimadas usadas que convertem a biomassa em cinza e liberam gás carbônico para a atmosfera. Segundo ele, o que se está aprendendo sobre a terra preta pode ajudar agricultores a manter a fertilidade dos solos e a reduzir custos. Por reter fósforo, cálcio, enxofre e matéria orgânica, a terra preta não empobrece após o uso contínuo como os outros solos.

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