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Mundo

Silêncio obsequioso

James Hansen, principal climatologista da agência espacial norte-americana (Nasa), acusou seus superiores de tentarem silenciá-lo, em represália a uma palestra proferida em janeiro na qual exigiu a imediata redução de gases de efeito estufa – tese que contraria o governo George W. Bush. O grupo de Hansen, que é diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, anunciou em fevereiro que 2005 foi o ano mais quente da história. Conforme publicou o jornal The New York Times, a direção da agência exigiu que Hansen submeta declarações e textos à censura prévia. Até pedidos de entrevista teriam de passar pela Nasa, que poderia escalar outros pesquisadores para falar no lugar de Hansen. “Há um esforço para que não se trate dos perigos das mudanças climáticas”, diz o climatologista. Dean Acosta, vice-assistente para assuntos externos da Nasa, tentou explicar. “Qualquer funcionário que emite declarações ou publica dados deve coordenar tais atividades com nosso escritório de relações públicas”, disse. Sherwood Boehlert, presidente do Comitê de Ciência da Câmara dos Deputados, condenou a censura. “A boa ciência não sobrevive num ambiente de intimidação”, disse.

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