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Sociologia

Delinqüência juvenil

“Os jovens que se envolvem em infrações graves na cidade de São Paulo chamam a atenção pela crueldade com que praticam seus atos”, afirma Antonio Sergio Spagnol, doutor em sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo, em seu artigo Jovens delinqüentes paulistanos. A partir de uma pesquisa de campo realizada na capital paulista entre 1999 e 2002, o autor levanta questões relativas ao comportamento desses jovens, além de esclarecer a relação entre o envolvimento dos representantes das classes média e média alta na prática de homicídios. A pesquisa incluiu entrevistas com os internos na Febem do Tatuapé, em São Paulo. A primeira causa de mortalidade entre os jovens na faixa de 15 a 24 anos é o homicídio. Além disso, o número de jovens que morrem assassinados no Brasil, segundo a Polícia Militar, é quase sete vezes maior do que o número de vítimas de homicídios na população total. Na Região Metropolitana de São Paulo, 42% dos jovens afirmaram já ter visto pessoalmente alguém assassinado e, em cada três jovens, um já foi assaltado. O autor diz que o modo de inserção social dos jovens de diferentes grupos em São Paulo pode ser distinto, mas há uma marca em todos eles: o uso da violência como forma de expressão. As explicações para isso seguem várias direções, passando pela delinqüência, a exclusão social, a cultura adolescente, as gangues de rua e até o crime organizado.

Tempo Social – vol. 17 – nº 2 –São Paulo – nov. 2005

www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702005000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

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