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Mundo

A bola dribla o olho humano

Da próxima vez que a bola fizer aquela curva inacreditável no último instante e o goleiro do seu time errar o golpe de vista, dê um desconto. O gol pode não ter sido culpa do arqueiro. Segundo um estudo de Cathy Craig, da Universidade Queen’s Belfast, Irlanda, o olho humano não está preparado para prever a brusca mudança de trajetória de uma bola extremamente rápida que esteja girando horizontalmente sobre o seu próprio eixo. Em outras palavras, um chute assim envenenado engana qualquer um. Cathy chegou a essa conclusão após simular, com o auxílio de um equipamento de realidade virtual, o caminho percorrido por uma bola que rodava a 600 revoluções por minuto. Nesse teste, mesmo jogadores de futebol com grande experiência não acertavam o destino final das bolas chutadas com esse tipo de efeito. Não conseguiam dizer com certeza se elas iriam parar dentro das redes ou fora do gol. “Essas bolas giratórias não acontecem de forma natural”, comentou Cathy à revista New Scientist. “A natureza não equipou o homem com um sistema visual adaptado a elas.” A idéia para o estudo surgiu depois que a pesquisadora viu, em 1997, uma potente cobrança de falta do lateral Roberto Carlos, da seleção brasileira. Todo mundo achava que a bola iria para fora. Mas foi gol.

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