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Estratégias

Prisioneiro de consciência

Jornais ligados ao governo do Irã anunciaram que o professor de filosofia Ramin Jahanbegloo, preso desde maio em Teerã, teria confessado participação num plano para derrubar o governo do país com ajuda dos Estados Unidos e do Canadá. A notícia foi recebida com ceticismo pela Anistia Internacional, União Européia e pelo governo canadense, que pressionavam o Irã a libertar o acadêmico. Antes da confissão, a prisão era justificada oficialmente pelo contato de Jahanbegloo com estrangeiros, o que não é crime no Irã. “Como precisavam dar respaldo à prisão, produziram essa confissão”, disse Karim Sadjadpour, analista do grupo de defesa dos direitos humanos International Crisis Group. Segundo a revista Science, o professor está confinado numa cadeia notória pela prática de tortura. Especula-se que o verdadeiro motivo da prisão seja uma entrevista que Ramin Jahanbegloo concedeu a um jornal espanhol criticando as declarações do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad que colocavam em dúvida a existência do Holocausto. Jahanbegloo, de 45 anos, doutorou-se em filosofia na Universidade Sorbonne, fez pós-doutoramento na Universidade Harvard e foi professor da Universidade de Toronto.

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