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Tecnociência

Mais calor e menos água

PAULO ARTAXO / LBA / USPAmazônia em chamas: perspectiva de mais seca e incêndios PAULO ARTAXO / LBA / USP

Não só a Amazônia, a gigantesca floresta que cobre metade do território nacional e rege o clima a milhares de quilômetros de distância, mas também os 13 milhões de moradores da Região Norte mostram-se ainda mais sensíveis aos efeitos diretos das mudanças climáticas, de acordo com dois estudos recentes. Um deles, conduzido por uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e por outra do Escritório de Meteorologia de Exeter, Inglaterra, indica que secas brutais como a de 2005, a mais severa dos últimos 103 anos, que esvaziou os gordos rios da região e deixou pelo menos 250 mil pessoas isoladas e sem trabalho nos estados do Amazonas e do Pará, podem se tornar constantes nas próximas décadas. Em outro estudo, um grupo da Universidade de Bristol, também da Inglaterra, prevê mais incêndios florestais, secas e inundações em conseqüência do aquecimento global da temperatura. De acordo com o trabalho publicado no PNAS, que reuniu cerca de 50 modelos climáticos, mesmo que cessassem as emissões dos gases que acentuam o efeito estufa e ajudam a elevar a temperatura do planeta, podem desaparecer 30% das florestas da Amazônia, do leste da China, do Canadá e da América Central se a temperatura subir 2ºC ou 60% se subir 3ºC, com impactos profundos sobre a vida das populações locais, na medida em que o calor aumentar e faltar água.

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