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Estratégias

Punições exemplares

Uma seqüência de punições a pesquisadores do Japão sugere que o governo e a comunidade científica do país deflagraram uma cruzada contra más condutas acadêmicas. Em dezembro passado, duas importantes universidades demitiram cientistas que publicaram artigos questionados e uma professora demitiu-se de uma terceira instituição, acusada de desvio de recursos.

A Universidade de Osaka anunciou a demissão de um de seus membros por haver fabricado dados de uma pesquisa. Segundo jornais japoneses, trata-se do químico Akio Sugino, co-autor de um estudo publicado em julho no Journal of  Biological Chemistry. Segundo a revista Science, um comitê interno concluiu que Sugino agiu sozinho. Mas, em meio ao escândalo, um outro co-autor do artigo cometeu suicídio.  Uma investigação promovida pela Universidade Waseda, em Tóquio, concluiu que  uma professora desviou para sua conta particular recursos públicos destinados a bolsistas. Kazuko Matsumoto,  a acusada, nega a malversação, mas renunciou ao cargo. Por fim, a Universidade de Tóquio demitiu Kazunari Taira e Hiroaki Kawasaki por práticas de pesquisa não confiáveis envolvendo artigos publicados nas revistas Nature,  Nature Biotechnology e Proceedings of the National Academy of Sciences. Foi a primeira vez que as universidades de Tóquio e de Osaka tomaram medidas tão drásticas. Antigamente, os escândalos eram abafados ou resultavam em punições discretas. Mas, com o crescimento da competição por recursos, passou-se a exigir mais transparência. Em 2006 as três universidades criaram códigos de conduta e comitês para investigar fraudes.

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