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Estratégias

Uma mulher em Harvard

Pela primeira vez em 371 anos de história, a mais antiga e a nº 1 no ranking das universidades norte-americanas será comandada por uma mulher. A historiadora Drew Gilpin Faust, uma estudiosa da Guerra Civil dos Estados Unidos, foi anunciada como a 28ª presidente da instituição. A escolha de Drew, de 59 anos, não é simbólica apenas pelas razões óbvias. Não foi por coincidência que Harvard indicou uma mulher para suceder a polêmica gestão de Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro no governo Bill Clinton, que perdeu apoio político e foi obrigado a renunciar ao comando da instituição depois de declarar que a escassa participação das mulheres nas ciências e na matemática se explica por uma natural inaptidão feminina para tais campos do conhecimento. Autora de cinco livros, Drew dirigia o Instituto Radcliffe de Estudos Avançados, a menor das unidades de Harvard e sucessora da Faculdade Radcliffe, onde só estudavam mulheres. Não foi uma decisão fácil para o comitê incumbido de escolher o novo presidente de Harvard. Drew teve de exorcizar seus pontos fracos, como a falta de experiência no comando de uma instituição de grande porte (Harvard tem um orçamento de US$ 3 bilhões anuais e possui 24 mil funcionários) e o fato de não ser uma estrela de primeiríssima grandeza no mundo acadêmico (havia um Nobel de Química na disputa). “O importante é que foi uma escolha cautelosa, voltada para curar as feridas da gestão Summers e restabelecer a liderança de Harvard”, disse à agência Associated Press Richard Bradley, autor de um livro sobre a história da universidade.

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