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Estratégias

Universidades sem amarras

Nicolas Sarkozy, o novo presidente da França, quer aproveitar a popularidade de início de mandato para aprovar no Parlamento um projeto que torna mais autônomo o sistema universitário do país. De acordo com a revista Nature, a proposta autoriza as 85 universidades públicas francesas a controlar seu orçamento, contratar professores segundo suas necessidades e até estabelecer políticas salariais diferenciadas, além de gerenciar seu patrimônio. Hoje tudo isso é controlado pelo governo. O salário dos professores, por exemplo, é definido pelo nível hierárquico que eles ocupam. Sarkozy justifica que tal engessamento é um obstáculo para manter cérebros em áreas estratégicas e atrair talentos internacionais.

O projeto também quer fortalecer os presidentes das universidades francesas, que passarão a ter poder decisório sobre praticamente todos os assuntos acadêmicos. Os dirigentes passarão a ser escolhidos por comitês enxutos, compostos por não mais do que 30 especialistas, e poderão cumprir dois mandatos de quatro anos – hoje a escolha é feita por colégios com mais de 130 membros e a reeleição é proibida. O projeto é apenas o início de uma vasta reforma do sistema universitário, disse o primeiro-ministro François Fillon, que classificou o assunto como o mais importante de sua agenda doméstica. O presidente Sarkozy também confirmou que as universidades receberão mais 5 bilhões nos próximos cinco anos.

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