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Ambiente

Perda de hábitat

EDUARDO CESARAs restingas, que são hábitats de dunas e planícies arenosas cobertas por vegetação herbáceo-arbustiva e que ocorrem na costa do Brasil, no passado cobriam uma grande extensão da costa do estado do Rio de Janeiro. Mas têm sofrido uma extensiva degradação ao longo dos últimos cinco séculos, de acordo com o artigo “Os remanescentes dos hábitats de restinga na Floresta Atlântica do estado do Rio de Janeiro, Brasil: perda de hábitat e risco de desaparecimento”, de C.F.D. Rocha, H.G. Bergallo, M. Van Sluys, M.A.S. Alves e C.E. Jamel, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Utilizando imagens de satélite e mensurações no campo, foram identificados os remanescentes de restinga no estado, registrando os fatores que causam sua degradação. Dois mosaicos de cenas Landsat 7 (resolução espacial de 15 metros e 30 metros) foram usados para localização e avaliação preliminar do estado de conservação dos remanescentes. Os autores do trabalho identificaram 21 áreas remanescentes de restinga. O maior e menor remanescente de restinga foram Jurubatiba e Itaipu, respectivamente. Também foram achadas 14 fontes de degradação, as mais importantes delas a remoção da vegetação para desenvolvimento imobiliário, o estabelecimento de espécies vegetais exóticas, a alteração do substrato original e a coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. Em razão da intensa perda de hábitat e ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção de vertebrados nas restingas, os pesquisadores sugeriram a implementação de novas unidades de conservação para proteger os atuais remanescentes. Este tipo de hábitat está continuamente decrescendo e a maior parte dos remanescentes carece de proteção legal.

Brazilian Journal of Biology — v. 67 — nº 2 — São Carlos — maio 2007

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