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Anfíbios

Para entender o passado

ANA CAROLINA CARNAVAL/BERKELEYTermômetro: anfíbios orientam conservaçãoANA CAROLINA CARNAVAL/BERKELEY

O sul da Bahia é uma das áreas mais importantes para a conservação da Mata Atlântica, de acordo com um novo método usado pela bióloga Ana Carolina Carnaval, da Universidade da Califórnia em Berkeley, para definir regiões capazes de abrigar a maior variedade de plantas e animais em períodos de variações climáticas intensas. Em parceria com outros pesquisadores de Berkeley, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro e da Universidade de São Paulo, ela sobrepôs a distribuição geográfica de três espécies de anfíbios – o sapo-ferreiro (Hypsiboas faber), a perereca-verde (H. albomarginatus) e a perereca-cacarejo (H. semilineatus) – com modelos ecológicos que buscavam reconstruir as condições climáticas 21 mil e 6 mil anos atrás (Science). Considerando os anfíbios como indicadores de mudanças ambientais válidos para outras espécies, os resultados indicam três áreas que se mostraram estáveis nesse período: a menor em Pernambuco, uma intermediária em São Paulo e a maior no sul da Bahia. Segundo os autores, as conclusões reforçam a urgência de estudar e preservar as florestas baianas, cuja fauna é menos conhecida e potencialmente mais rica que a do Sudeste. Para o coautor Célio Haddad, da Unesp, esse resultado não tira a importância de outras áreas nem elimina a necessidade de estudar mais espécies.

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