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Medicina Alternativa

A prova dos alternativos

Christian AmetEquinácea: extrato é ineficaz para resfriadosChristian Amet

O Centro Nacional de Medicina Alternativa  e Complementar  (NCCAM, na sigla em inglês), vinculado aos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), segue dividindo  a comunidade científica norte-americana. Sua criação, em 1999, foi imposta pelo Senado,  apesar da oposição do então diretor dos NIH, Harold Varmus. A queixa dos cientistas é que o simples ato de estudar tais  terapias já é uma forma  de legitimá-las. O fato, contudo, é que a maioria dos estudos clínicos patrocinados pela instituição condenaram terapias em vez de endossá-las. Um estudo publicado em julho de  2005 mostrou que a planta equinácea não previne nem alivia os sintomas das infecções por rinovírus, o principal causador dos resfriados. “Somos imparciais e rigorosos”, disse à revista Nature Josephine Briggs, que assumiu a direção do centro no início de 2009. O instituto patrocinou testes clínicos para estudar se a erva-de-são-joão  pode aliviar a depressão  e se a vitamina E e o selênio podem prevenir câncer de próstata, entre outros. Os resultados foram desanimadores. Para Steven Novella, neurologista da Universidade Yale, esse tipo de trabalho é desperdício de tempo e  de dinheiro. “Os pacientes dessas terapias não  as abandonam mesmo quando as evidências científicas mostram sua ineficácia. Então para que isso serve?”, indaga. Jacqueline Briggs defende um novo modelo para  o NCCAM, que deveria investir em estudos básicos sobre os mecanismos fisiológicos dos remédios alternativos antes de gastar dinheiro com ensaios clínicos.

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