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Premiação

Eficácia social

FCW busca premiar personalidades cujo trabalho se volta para a sociedade

Sem títuloOs critérios adotados na premiação de Ciência, Arte e Cultura pela Fundação Conrado Wessel (FCW), ao longo dos já quase 10 anos de outorga, demonstram o acerto de seu caráter fundamental: os ganhadores têm uma carreira profissional meritória reconhecida na sua especialidade, em nível internacional. Além disso, entretanto, há nos escolhidos alguns predicados que compõem um perfil voltado à eficácia claramente social: trabalho incessante, integridade pessoal, inovação em produzir alternativas de qualidade de vida, de distribuição de benefícios acessíveis a todos. As entidades parceiras da fundação endossam tais critérios. Ano após ano, os responsáveis pela decisão de laurear os melhores cientistas, artistas e fotógrafos se esmeram em aprimorar as normas que regem o Prêmio FCW. Esse esforço tem levado a algumas mudanças, em especial nas subcategorias de cada área. O Prêmio de Arte é dirigido agora para o ensaio, após um período de privilégio à fotografia publicitária, até 2009. O Ensaio Fotográfico já estava presente antes, dividido entre Ensaio Inédito e Ensaio Publicado, mas de modo secundário. Tornou-se representativo da Arte e não se distingue mais entre publicado ou inédito. O total da premiação para os três primeiros colocados atinge R$ 200 mil, incluída a tributação.

Os resultados de inscrições para o Prêmio FCW de Arte, que se realizam via internet, revelam uma intensa participação nacional. Entre as regiões, em virtude da concentração populacional, o Sudeste e o Sul correspondem ao maior número. Mas as inscrições retratam o país todo. Houve 207 inscritos, assim distribuídos: 38 dos estados do Nordeste, 7 do Norte, 8 do Centro-Oeste, 8 do Distrito Federal, 28 do Sul e 109 do Sudeste.

A premiação de Cultura, a exemplo de Ciência e Arte, vem sendo modificada com o objetivo de ser mais plural. Os organizadores dos Prêmios FCW sempre tiveram em mente que o ganhador dessa área não deveria vir apenas da literatura. Os escritores Lya Luft (2003), Ferreira Gullar (2004), Fábio Lucas (2005) e Ruth Rocha (2006) foram os primeiros vencedores. A partir de Affonso Ávila (2007) algumas mudanças se fizeram sentir. A principal contribuição para a cultura brasileira do poeta mineiro não está na excelência de sua poesia, mas na divulgação para o mundo do acervo barroco mineiro. Ele edita pesquisas sobre o tema, por exemplo, na revista Barroco, conhecida no exterior.

Após Ávila, foram premiados o dramaturgo Ariano Suassuna (2008), também um homem de ampla atuação cultural, e Antonio Nóbrega (2009), versado em música clássica e dança que faz um trabalho com grande participação popular no seu Instituto Brincante, em São Paulo. Em 2010 o ganhador Nelson Pereira dos Santos – que recebe o prêmio agora, em 2011 – vem do cinema. Nos próximos anos poderá vir da televisão, das artes plásticas ou da dança.

A modificação mais significativa já definida para as próximas edições diz respeito à Comissão Julgadora, com o ingresso da representação do Comando da Marinha no grupo de jurados de Ciência, enfatizando a opção de incentivo às pesquisas no mar. A decisão reporta ao primeiro prêmio de Ciência Aplicada ao Mar, em 2002, e à presença permanente a partir de então de um representante da Marinha entre os jurados. A presença de ora em diante vai traduzir um convênio ainda em esboço com a FCW para que novas atividades mútuas se desdobrem entre a Marinha e a fundação, assim como está em elaboração igual entendimento com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeronáutica (DCTA). Os laureados em Ciência, Medicina e Cultura recebem, por ora, R$ 300 mil cada um.

As personalidades da ciência e da cultura que tenham contribuído para a sociedade são o alvo preferencial da FCW. De 2002 a 2010 ganharam o prêmio 76 cientistas, escritores, artistas e fotógrafos (ver os ganhadores de Ciência e Cultura nas páginas 13, 14 e 15), além de cinco Prêmios Almirante Álvaro Alberto (este em parceria com o Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq). A parceria entre a Pesquisa FAPESP e a FCW permitiu que todos tivessem seus principais trabalhos descritos em reportagens de edições como esta. No caso dos fotógrafos, as imagens foram publicadas. Duas instituições, o Instituto Agronômico de Campinas e o Museu Paraense Emílio Goeldi, além de três escolas estaduais, também foram premiados.

Ao reconhecer o talento de cada um com prêmios que chegam a R$ 300 mil e uma escultura do artista plástico Vlavianos, é possível notar a linha paralela por onde caminham a FCW e os laureados. As biografias mostram não apenas o mérito científico e cultural de cada um deles – indicam também o quanto o país vem ganhando com o trabalho de décadas realizado por eles.

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