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Chagas

Células-tronco versus Chagas

O início foi animador, mas o final decepcionou. Em 2004, um teste piloto em seres humanos no Hospital Santa Izabel (HSI) da Santa Casa de Misericórdia da Bahia indicou que células-tronco derivadas de medula óssea poderiam ajudar no tratamento da doença de Chagas. Mas essa não foi a conclusão da segunda etapa de testes, o dito estudo de eficácia. Realizada em São Paulo, Paraná, Goiás e Bahia, sob coordenação da Fundação Oswaldo Cruz, essa etapa envolveu 231 pessoas com doença chagásica crônica (155 acompanhadas por seis meses e 135 por um ano). “Infelizmente não se consegue demonstrar benefícios com o uso da preparação de células-tronco”, observou Gilson Feitosa, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, um dos coordenadores do estudo, apresentado em agosto no congresso europeu de cardiologia. A seu ver, essa estratégia deve ser inibida de imediato, “poupando-se assim falsas expectativas e custos aos pacientes e à sociedade”. Não quer dizer, porém, que as células-tronco devam ser esquecidas. “Temos de ajustar o tipo de célula, a maneira e o momento de fazê-las chegar aos alvos”, diz ele. “É um campo em franco desenvolvimento e com perspectivas fantásticas.”

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