Imprimir PDF Republicar

Medicina

Fadiga e erro médico

A residência médica, embora seja considerada a melhor forma de capacitação profissional do médico, tem sido objeto de críticas, principalmente em relação à carga horária de trabalho, ao volume de atendimentos e à privação do sono. Plantão noturno, cansaço e temor de cometer erros têm sido associados ao estresse durante o período de residência médica. A comunidade acadêmica internacional tem dado especial atenção à relação entre a fadiga dos residentes e a ocorrência de erros médicos, acidentes com material perfurocortante durante o atendimento e problemas no trânsito após plantões noturnos. Com o objetivo de estudar o impacto da fadiga em residentes brasileiros, foi avaliado o desempenho cognitivo de residentes de primeiro ano de clínica médica após plantão noturno de 12 horas em um serviço de emergência na Santa Casa de São Paulo. Trinta e oito residentes foram submetidos à avaliação cognitiva por meio de uma bateria de testes neuro-psicológicos em dois momentos: após plantão noturno e após descanso noturno. Os resultados mostraram que os residentes apresentaram pior desempenho cognitivo após plantão noturno nas seguintes funções: atenção, memória imediata, aprendizagem verbal e funções executivas. Educadores e gestores de programas de residência médica que oferecem treinamento sob a forma de plantões noturnos de 12 horas em serviços de emergência devem considerar esses resultados ao fazer a programação. O estudo completo está disponível no artigo “Attention and memory of medical residents after a night on call: a cross-sectional study”, de Aida Cristina Suozzo e Fabiana Tintori, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Gislaine Gil, da Universidade de São Paulo, Stella Maria Malta, Shirley Silva Lacerda e Luiz Antonio Nogueira-Martins, da Universidade Federal de São Paulo.

Clinics – vol. 66 – nº 3 – São Paulo – 2011

Link para o artigo completo

Republicar