Daniel BuenoEstá comprovado. É possível usar neutrinos, as partículas atômicas mais evasivas do Universo, para transmitir informações através de grandes barreiras físicas. Um grupo de quase 100 físicos usou um acelerador de partículas do Fermilab, nos Estados Unidos, para codificar em um feixe de neutrinos os dados enviados para um detector a 1.035 quilômetros dali. No trajeto, os neutrinos atravessaram 240 metros de rocha para chegar ao detector,
100 metros abaixo da superfície (http://arxiv.org/pdf/1203.2847v1.pdf). Essa forma de comunicação desperta o interesse porque essas partículas, sem carga elétrica e quase sem massa, praticamente não interagem com o restante da matéria. Por isso atravessam barreiras impenetráveis para as ondas eletromagnéticas como as de rádio, usadas nas telecomunicações.
O uso dos neutrinos para comunicação com submarinos ou outros planetas foi proposto em 1977. Mas serão necessários imensos avanços tecnológicos para que a estratégia se torne útil. Por ora, é necessário um acelerador de partículas e um detector de centenas
de toneladas. No teste, foram gastas duas horas para transmitir
os bits codificando a palavra “neutrino”.
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