Duas sondas irmãs lançadas pela Agência Espacial Norte-americana (Nasa) trouxeram uma nova visão da Lua com dados mais detalhados da crosta, da gravidade e da superfície do satélite. Entre as informações disponibilizadas pela missão Gravity Recovery and Interior Laboratory (Grail) está o fato de a crosta da Lua ser menor do que a indicada em estudos anteriores. A espessura média da crosta é de 34 a 43 quilômetros (km), cerca de 10 a 20 km menos do que previsto inicialmente. Essa espessura da crosta indica que a Lua é muito similar à Terra nesse quesito. Assim, esses novos dados reforçam o modelo teórico que sugere ser o satélite formado com material ejetado do planeta durante um impacto gigante nos primórdios da história do sistema solar. As duas sondas, que ganharam o nome de Ebb e Flow, colheram dados que mostram anomalias no campo gravitacional provocadas pelo relevo lunar formado por elevações vulcânicas, crateras e outros tipos de relevos pontuados por intenso registro de impactos de meteoros e outros corpos celestes sobre a superfície. Essas anomalias da gravidade indicam a presença de estruturas verticais de magma solidificado no subsolo lunar, uma característica que também vai contribuir para o entendimento da formação da Lua. Para captar todos os dados que agora os pesquisadores estão estudando, as sondas sobrevoaram a Lua a uma altitude média de 55 km durante quatro meses. Elas obtiveram os dados por meio de sinais de rádio sincronizados que definiram precisamente a órbita, a distância entre elas e as nuances da superfície lunar.
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